Integrantes do governo ficaram surpreendidos com o panelaço anti-Bolsonaro registrado ontem em São Paulo, Brasília, Belho Horizonte e Rio de Janeiro – é o que apontam insiders que acompanham as movimentações palacianas. O movimento coloca o governo Bolsonaro nas cordas, e traz uma forte lembrança aos da nova política: assim começou a queda de Dilma Rousseff.
A movimentação, inclusive em bairros nobres brasileiros (dos mais ricos, diga-se de passagem), remonta ao movimento de 2015, que acabou com o impeachment da petista. E entre o PT e Jair Bolsonaro há – por incrível que pareça, ou não – uma enormidade de semelhanças.
Lula, em seus últimos suspiros governamentais, ficou conhecido por tratar como ‘marolinha’ a maior crise financeira que enfrentou. Culminou ficando famoso pela insensatez da frase. Jair Bolsonaro trata a maior crise médica de nossos tempos como ‘histeria’, e a história vai marcá-lo por essa frase, disso não tenho certeza.
Enquanto brasileiros começam a morrer pela COVID-19, Bolsonaro cobra que o ministro da Saúde, o sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta, adote um discurso menos técnico e mais político. Não quer, por exemplo, Mandetta incentivando as pessoas a não se aglomerarem. A loucura política de Bolsonaro é invejável.
Agora, os já conhecidos sons de panelas começam a ecoar no Palácio do Planalto. Um agouro nada positivo para o governo.
Em tempo: as manifestações contra Bolsonaro foram respondidas com gritos de ‘Viva Ustra’, lembrando um dos símbolos da Ditadura Militar brasileira.