Já diria Cartola que “a vida é um moinho” e, nessas voltas que a vida dá, há quem tire suas lições.
Uma destas lições que aprendi com o tempo, este educador calado e sábio, é a de que todo aquele que se passa de “paladino da moralidade”, todo aquele que brada aos berros que é o “salvador da moral”, aqueles que insistem em cometer o perjúrio de aclamar incessantemente o nome de Deus em vão é, muito geralmente, um ser desesperado para não revelar a verdadeira face.
Teme que lhe vejam por completo, que desnudem sua alma e, por isto cria camadas e camadas sobrepostas, até que esteja soterrada a verdade. Por que a verdade dessa gente é o contrário do que pregam e só por isso pregam o que pregam.
Não tentam evoluir, não admitem as fraquezas inerentes ao ser humano e, assim, passam pela vida, escondidos e sufocados. Mas sentem que esta falta de oxigênio é fardo menor do que simplesmente mostrar quem é.
Aconteceu com Flordelis, agora com Wietzel, todos eles que apoiaram-se no candidato a presidente “defensor dos valores e dos bons costumes” e que jantava, almoçava, empregava e homenageava a sangrenta milícia carioca.
Que para eles sejam respeitadas todas as garantias processuais e constitucionais. E ao final, se sofrerem pena, “que não lhes atirem nas cabecinhas” como ele propunha nas favelas cariocas. Porque bandido bom é ser humano recuperado e não morto.