E a semana começou com uma quase não novidade: nova greve dos trabalhadores dos Correios. É simplesmente a 17ª em dez anos, uma paralisação a cada sete meses. Dessa vez o motivo principal é impedir o fim do ‘vale creche’ de funcionárias da instituição. Quem avalia o quadro de perto, vê que a situação, perto do funcionário ‘comum’ brasileiro, é constrangedora.
As diferenças de condições salariais são gritantes. Trabalhadores dos Correios ganham o dobro de adicional em trabalho em dia de repouso (200%) e de gratificação de férias (70%) e o triplo de adicional noturno (60%). Além de 70% do valor de hora extra, contra 50% de quem tem carteira assinada.
Os números são frios e objetivos: perto de quem depende da CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas), quem puxa trampo no Correios não tem o que reclamar da vida. Luta hoje pela manutenção de vantagens, e não por igualdade.
São dados que, talvez, expliquem como uma empresa que domina um segmento inteiro de um País como o Brasil acumule prejuízos de 2 bilhões de reais, como em 2015. Os três anos de lucro em 2017/18/19 chegam a quase 1 bilhão de reais, mas não revertem o acumulado da década no vermelho que faliria qualquer empresa da iniciativa privada.
Sem contar que ainda vê os concorrentes pagando taxas e impostos que é o Correios é isento. Oficialmente, não possui monopólio nenhum. Mas na prática...
E como 2020 ainda não acabou, quem sabe até o fim do ano a gente veja mais uma greve dos servidores dos Correios. A preocupação, é claro, o bem do País...