Gestante do terceiro filho, Jessica Arantes, 26 anos, sofreu uma situação na Maternidade Candido Mariano que, segundo relato, se encaixa em violência obstétrica. Ao reclamar de dores, ela foi questionada “quando iria parar de fazer filhos”.
“Estou gestante de 40 semanas, estou fazendo pré-natal na maternidade Candido Mariano com Dr. Rogerio Brustoloni, ótimo médico, porém não atende pelo SUS e passei por uma consulta na quinta-feira onde o mesmo me disse que seu não ganhasse meu filho até dia 29, que era pra ir na maternidade dia 30 fazer uma avaliação”, contou.
Segundo a gestante na noite de domingo (29), ela passou a apresentar um quadro de diarreia e dores, quando resolveu buscar ajuda.
“A noite comecei a ter diarreia, dores lombares e endurecimento na barriga, mas resolvi esperar e ir hoje. Foi quando tive a infelicidade de ser atendida pelo Dr.Orcidney Bissoli, um médico muito estúpido, ele me falou que se eu estava com diarréia era porque devia ter comido alguma porcaria na rua", reclamou.
A gestante contou ainda que foi questionada pelo profissional quantos filhos ela tinha. ”Contei que já tinha dois filhos de parto cesariana e ele me questionou até quando eu iria continuar fazendo filhos, se eu não conhecia planejamento familiar, me criticando”.
De acordo com a paciente, ela já está no grupo de planejamento familiar pelo SUS. “Estou com carta pra fazer laqueadura, então óbvio que meu parto será cesária, meu questionamento é se tenho que ficar sentindo dores até o último momento só porque engravidei? Me senti muito mal”, desabafou.
Apesar de ter sido solicitado um exame de ultrassom, a gestante ficou traumatizada. “Eu nem voltei na maternidade pra não ter que passar por esse tipo de atendimento de novo, porque para eles nossas dores são frescuras. Temos que estar morrendo de dores pra poder internar, por isso muitas mães choram com perdas de seus filhos por passarem da hora de nascer”, desabafou.
Após postar seu relato nas redes sociais, ela recebeu o apoio de outras mulheres que já enfrentaram a mesma dor.
A reportagem enviou e-mail para a Maternidade Cândido Mariano, mas não foi respondido até o fechamento da matéria.