Antes do início da vacinação em crianças, o Brasil registrou um aumento expressivo no número de mortes em dezembro de 2021, com a chegada da nova variante ômicron que circula por todo o país.
De acordo com o site UOL, a vacinação pode reverter o quadro que, em crianças de 0 a 11 anos, teve um aumento de 44% em dezembro, contra a queda de 50% entre adultos e adolescentes a partir dos 12 anos que estão elegíveis para serem vacinados.
Quanto aos internados, as hospitalizações começaram um mês antes, em outubro, quando adolescentes com mais de 12 anos caíram em 26%, a curva para quem tem menos que essa idade subiu para 34% em outubro para novembro e 64% de novembro para dezembro.
"Diferente dos adultos que já tinham um plano de vacinação desde o começo do ano e continuaram com as internações em queda, as crianças começaram a sofrer mais com a covid, principalmente a partir de setembro, com a flexibilização das medidas sanitárias e retorno das atividades escolares", avalia a pós-doutoranda da USP e uma das coordenadoras da Info Tracker, a professora da Unesp Marilaine Colnago.
Além disso, o aumento de resultados positivos para covid-19 entre crianças de 0 a 13 anos saltou de 3,3% para 50,8%, entre 27 de dezembro e 18 de janeiro.
Só no estado de São Paulo, as internações de crianças e adolescentes por covid crescem 61%, saltando de 109 hospitalizações em novembro para 171 em janeiro.
O pediatra em um pronto-socorro de Manaus, Noaldo Lucena, relatou que houve um aumento grave nas internações de crianças, desde a chegada da ômicron.
“A observação indica que a ômicron pode ter predileção por crianças, mas ainda faltam estudos que comprovem isso", diz Lucena, que também é infectologista da Fundação de Medicina Tropical de Manaus. "Mas temos certeza de que a falta de vacina aumentou a infecção de crianças".