O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta não aparentou receio de defender novamente, com unhas e dentes, o isolamento social. Ainda defendeu medidas tomadas por prefeitos e governadores, mas criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro. As falas ocorreram há poucos minutos, em entrevista ao Fantástico.
“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, isso é claramente uma coisa equivocada. Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta”, disse o ministro.
Bolsonaro, nesta semana, rompeu mais uma vez as orientações do Ministério da Saúde sobre o isolamento e foi justamente para uma padaria, alegando querer tomar um refrigerante. Não é a primeira vez que gera aglomerações e enfrenta as medidas propostas pelos profissionais, além de se dizer abertamente contra a quarentena.
Na entrevista ao Fantástico, Mandetta ainda previu que os piores meses da crise serão maio e junho, o que exigiria que agora não se relaxassem as medidas de distanciamento social.
Bolsonaro e Mandetta estão em crise institucional há duas semanas, inclusive com ameaça pública de demissão. Os ânimos pareciam ter se acalmado. Porém, depois das falas ministeriais, o futuro é absolutamente incerto.