Mato Grosso do Sul tem se destacado nacionalmente por avançar no acesso gratuito aos métodos contraceptivos de longa duração (LARCs), como os DIUs e implantes subdérmicos.

A iniciativa visa garantir mais autonomia às mulheres em idade fértil e impacta diretamente na redução de gestações não planejadas e da mortalidade materna.

Os métodos ofertados, como o DIU de cobre, o DIU hormonal (com levonorgestrel) e o implante subdérmico (etonogestrel), têm eficácia superior a 99%.

Somente entre 2023 e 2024, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) distribuiu 23.012 unidades desses métodos aos municípios, por meio da Assistência Farmacêutica Estadual e da área técnica de Saúde da Mulher.

A ação integra o Protocolo Estadual de Atenção à Saúde Reprodutiva, lançado em 2020 e revisado em 2022, que orienta a padronização da oferta dos LARCs em todo o território sul-mato-grossense.

Com base em critérios técnicos e evidências científicas, o protocolo prioriza o atendimento de adolescentes, mulheres em situação de vulnerabilidade social, com comorbidades ou que estejam em condições específicas como o pós-parto e o pós-aborto imediato.

Capacitação profissional e atendimento qualificado

Desde 2017, a SES mantém parceria com a Sogomat-Sul (Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul) para realizar oficinas itinerantes de capacitação, com foco na inserção correta e acompanhamento dos LARCs.

Até 2024, aproximadamente 480 profissionais da saúde foram capacitados — sendo 345 médicos habilitados para a inserção dos métodos.

As formações também abordam temas cruciais da atenção obstétrica, como o manejo de hemorragias pós-parto, hipertensão gestacional, sepse e, mais recentemente, o pré-natal de risco habitual com estratificação de risco gestacional.

Durante as capacitações práticas, mais de 1.767 mulheres foram beneficiadas com a inserção gratuita dos métodos contraceptivos.

A qualificação dos profissionais e a ampliação do acesso a métodos contraceptivos de alta eficácia contribuíram para um avanço significativo na saúde pública: a razão de mortalidade materna no estado caiu de 54,9 em 2023 para 38,2 em 2024, uma redução de 30%, segundo dados do Comitê Estadual de Estudos de Óbitos Maternos, Fetais e Infantis.