Com o objetivo de reduzir complicações graves e até mesmo a mortalidade infantil e garantir a humanização aplicada à mulher e ao recém-nascido, a Maternidade Cândido Mariano tem realizado vários projetos relacionados às boas práticas para as mães e os bebês.
O Projeto Coala, nome abreviado de “Controlando o Oxigênio Alvo Ativamente” é um deles e consiste em controlar a oferta indiscriminada de oxigênio, evitando de forma ativa o excesso ou a falta do gás nos tecidos e órgãos de prematuros extremos.
O uso do oxigênio no período neonatal, embora necessário para o suporte da vida em diversas patologias, pode ser potencialmente tóxico em vários tecidos e órgãos, especialmente nos prematuros extremos. “É um gás que funciona como uma medicação para o humano e quando ele falta acontece a chamada hipóxia”, explica Mércia Nantes, coordenadora do setor de fisioterapia da Maternidade Cândido Mariano.
“Já excesso de CO? pode causar aumento do tempo de internação, enterocolite necrosante, aumenta a displasia broncopulmonar, retinopatia da prematuridade, lesão no desenvolvimento cerebral, lesão do DNA, colapso alveolar e atelectasia e redução da contratilidade do miocárdio”, ressalta Jaqueline Figueiredo, coordenadora do setor de enfermagem da maternidade.
Segundo os estudos realizados pela equipe do Projeto Coala, se o nível de oxigênio está acima de 96 caracteriza excesso. “Se está abaixo de 95, o recém-nascido está recebendo menos do que precisa. O ideal é manter o nível por meio do monitor, que fica acoplado no bebê, para o profissional acompanhar a saturação. Assim se consegue diminuir as lesões cerebrais, como o risco de enterocolite, retinopatia e atelectasia” acrescenta Jaqueline Figueiredo.
Desenvolvido por um grupo de profissionais que trabalha em neonatologia, como enfermeiros, médicos, fisioterapeutas e cardiologistas, o Projeto Coala possui quatro fases que estão sendo implantadas em todo o país. “Acontece também a discussão do projeto e publicação de artigos. Eles propuseram no mês de outubro a implantação em nível nacional e já são 140 UTIs Neonatais inscritas”, afirma Mércia Nantes.
“Na Maternidade Cândido Mariano o projeto está na primeira etapa, que é implantação e treinamento das equipes. A segunda etapa tem o nome de “lidando com frustrações”, que é a dificuldade de aceitação ou resistência das profissionais por conta da mudança de rotina e de ajustes de alarmes que acaba demandando mais trabalho”, complementa a coordenadora do setor de fisioterapia da maternidade.
Já terceira etapa consiste no estudo dos indicadores que mostram a melhoria no tempo de internação do recém-nascido e quais as complicações que eles não tiveram devido a prematurirade. Por último, a fase final ou quarta etapa, é caracterizada pela educação continuada. Na Maternidade Cândido Mariano, o Projeto Coala também é coordenado pela gerente de fisioterapia Tatiana de Lima Leme e pela Dra. neonatologista Maria Claudia Rosseti, chefe da UTI Neonatal.
De acordo com as coordenadoras, os benefícios do Projeto Coala também são econômicos. “Oxigênio é um gás caro, então, ao fazer esse desmame precoce o recém-nascido fica em ar ambiente mais cedo, diminuindo o custo pelo uso do oxigênio para o hospital”, finaliza Jaqueline Figueiredo, coordenadora do setor de enfermagem da Maternidade Cândido Mariano.
A Maternidade
A Maternidade Cândido Mariano, localizada em Campo Grande, é referência nacional em Ginecologia obstetrícia e UTI Neonatal. Há 80 anos, faz parte do momento mais importante na vida dos sul-mato-grossenses, que é o nascimento. Sua meta é o cuidado com excelência, modernização e segurança, além do compromisso com o bem-estar de todos que procuram a instituição