O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), estimou que, em breve, o novo programa Mais Médicos vai oferecer aos profissionais especialização em Saúde da Família e um salário maior. Ao contrário do que foi negociado nos governos petistas, o programa deixa de ser um ''bico'' e dará tranquilidade e dignidade para o médico atuar.
O ex-secretário de Saúde de Campo Grande, em entrevista à BBC News Brasil, destacou que o modelo atual é o de bolsa e isso não dá segurança para o médico que atua no programa. A ideia é que os profissionais passem para o regime da CLT.
''O vínculo é o que determina a qualidade e é determinante para a pessoa continuar [no Mais Médicos]. Esse modelo atual, que é de seleção simplificada, de bolsa, é visto como um vínculo muito incipiente. É quase como se fosse um bico esse modelo atual. A gente não quer isso'', explicou o democrata.
Mandetta falou sobre a importância de qualificar o médico que vai atuar na saúde básica da família.
''Se você vai tomar uma decisão de fazer uma atenção primária com qualidade, não vai botar um médico sem qualificação. É como colocar um ortopedista sem especialização em ortopedia'', comparou o ministro. Ele acrescentou que atenção primária é a mais difícil das especialidades médicas.
''Para isso a gente tem que selecionar bem, capacitar bem a educação continuada e dar suporte, com telemedicina, para amparar melhor o diagnóstico, para os médicos conhecerem melhor o território em que estão inseridos, fazerem planos de saúde e intervenção na população'', propôs Luiz Henrique.
Para o ministro, do ponto de vista interno do ministério, o Novo Mais Médicos já está pronto. No entanto, faltam consultas ao Ministério da Economia e às universidades, já que o programa envolve pós-graduação e residência.
Dignidade
Luiz Henrique Mandetta diz que o governo brasileiro vai abraçar os profissionais cubanos que participavam do antigo programa. O ministro diz que será oferecida oportunidade para que os estrangeiros sejam habilitados para o sistema de saúde brasileiro.
''...dentro dos nossos princípios. Dos direitos de ir e vir, de liberdade, de receber o salário na integralidade, coisas normais para nós, mas que eles estavam em regime exceção. O que a gente quer é que o programa... (cumpra) o desafio de levar o médico de saúde da família para as regiões de maior vulnerabilidade'', refletiu o político.
A remuneração do programa, que hoje é de R$ 11,8 mil vai aumentar e variar de acordo com a região.