Futuro ministro da Saúde, indicado por Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) critica o acordo que trouxe os médicos cubanos para o Brasil. Ele destaca que o país deixou os brasileiros na mão de uma hora pra outra e Michel Temer foi obrigado a editar novo contrato com base no 'improviso'.
Segundo Mandetta, o Brasil teve apenas 72 horas para criar um edital de convocação para suprir as vagas deixadas no programa Mais Médicos. "Os médicos cubanos são vítima deste processo. Quando eles fazem isso, o governo brasileiro atual teve que responder com um edital construído em questão de horas, outro improviso. Você não retira oito mil pessoas e coloca oito mil médicos em 72 horas".
Para o ministro que assume a partir de 1° de janeiro de 2019, a missão vai ser ajustar essa defasagem de profissionais. "Acho que nós vamos passar um bom tempo ajustando essa interferência no mercado de trabalho feita pelo governo, não só nos médicos, mas em várias áreas e se mostrou desastrosa".
Mandetta ainda afirmou que o Programa Mais Médicos, criado pela gestão petista, priorizou apenas a questão eleitoral e não se preocupou com a população de modo geral. "Era bom negócio pra Cuba do ponto de vista financeiro e era bom negócio pro PT no ponto de vista eleitoral. O acordo foi feito pensando nas questões eleitorais e questões financeiras".
Porém, o programa beneficiaria mais Cuba, na visão do parlamentar sul-mato-grossense. "Era a questão política e na sobrevivência econômica deles, explorando esses médicos cubanos que pagava o salário para o Estado Cubano e não pagava para eles. Era óbvio que ia chegar um dia que qualquer um desses dois pilares sofressem um abalo e o programa iria desabar", comentou.
E continuou: "esse contrato era tão mal feito que nem um dia, questão de horas, Cuba simplesmente publicou no jornal deles lá e mandou os seus médicos abandonarem seus pacientes. Isso para um médico verdadeiramente médico, que tem a alma médica, receber uma ordem de abandonar o paciente é quase que ferir de morte a alma médica".
Para o deputado, o fim do Mais Médico foi encerrado a partir da eleição. "A eleição, a vitória de Jair Bolsonaro, foi mais do que uma vitória política, foi imposto uma derrota ideológica e colocado de uma outra linha ideológica".
E finaliza dizendo que programa não teve sucesso no país e que o Brasil deve investir na sua própria mão de obra. "Todas as vezes que se fazem programas improvisados, você correr o risco de efeitos adversos. Lá atrás a gente já avisava que tinha princípios equivocados. Um dos primeiros princípios é que um país não pode negociar pessoas com outro país para força de trabalho, porque se outro país rompe, você fica sem força de trabalho. E você tem que se esforçar para fazer a sua força de trabalho, a sua política de indução de força de trabalho".