A estudante Jennifer Bell, 28 anos, estava no terceiro ano do curso de enfermagem, em Milngavie, Escócia, quando notou que estava ficando com dificuldade de aprendizagem. Na época, os médicos pensaram ser alterações hormonais por conta da segunda gravidez, segundo a agência SWNS.
De acordo com informações do Meia Hora, ao se aproximar do final do último ano de estudo em março de 2019, Jennifer foi diagnosticada com a doença do neurônio motor e ouviu dos médicos que só teria mais nove meses de vida. Então ela decidiu escrever uma carta emocionante, pedindo às pessoas que aproveitem mais a vida.
“Quando você é diagnosticada com uma doença terminal, sua percepção das coisas, pessoas e lugares muda. Suas prioridades são diferentes. Dia após dia, ouço pessoas reclamando. Somos todos humanos e temos tempos difíceis, mas aqui está algo para você pensar: simplesmente perceber que todo dia é um presente e você deve contar suas bênçãos”, escreve a estudante na carta.
“Durante todos os anos na universidade, pensei que isso era demais, que não podia fazer isso. Mas eu continuei me esforçando para as minhas meninas. Qualquer enfermeira estudante sabe o quão difícil é a vida profissional e a vida estudantil”, aponta.
“É dia e noite ouvindo pacientes, confortando-os, trocando de cama, alimentando-os. A lista é interminável e são subvalorizados. Então, no final de minha longa e difícil jornada, quando pude ver a luz no fim do túnel, descobri a patologia. Isso é injusto. Ser diagnosticada com uma doença terminal é injusto em qualquer idade, mas antes dos 30 anos é doloroso”, continua.
“Saber que nunca recebi a recompensa de estar em um posto de enfermagem depois de todo o trabalho é injusto. É injusto que minhas filhas vão perder a mãe. É injusto não poder ler um livro ou cantar uma música para elas. O mais injusto é que a doença existe há tantos anos e não há nada para ajudar ou curá-la”, afirma.
Objetivo da carta
De acordo com o Metro.co.uk, Jennifer compartilhou a mensagem para incentivar as pessoas a parar de reclamar das pequenas coisas e agradecer por serem saudáveis, além de aumentar a conscientização sobre a doença que atinge neurônios motores. “Pare de reclamar sobre falta de sono à noite, ou de se incomodar com o trabalho ou com uma dor de garganta", escreve.
“Você só tem uma vida, então viva-a e, se houver algo que você não gosta, mude. Pare de desejar mais do que você tem ou você nunca encontrará a felicidade. O amanhã nunca é garantido. A vida é curta. Vida adequadamente. Depois de passar 28 anos sem me contentar, a única coisa que me mantém agora é o amor da minha família e das minhas duas lindas filhas”, diz.
A doença
Conforme o National Health Service, do Reino Unido, a enfermidade afeta o cérebro, os nervos e causa fraqueza, piorando com o passar do tempo e é sempre fatal. Pode reduzir significativamente a expectativa de vida, mas alguns pacientes chegam a conviver com ela por vários anos. Não há cura, porém existem tratamentos que ajudam a amenizar o impacto no dia a dia.
Os sintomas surgem gradualmente e, no começo, podem não ser muito óbvios. Como fraqueza no tornozelo ou na perna - você pode tropeçar ou achar mais difícil subir escadas, por exemplo; fala arrastada, que pode evoluir para dificuldade em engolir alguns alimentos; cãibras e contrações musculares; perda de peso; e dificuldade em parar de chorar ou rir em situações inadequadas.