A maternidade do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, enfrenta superlotação, obrigando gestantes a dormirem em cadeiras e bancos da área de espera devido à falta de leitos. Além da precariedade na acomodação, pacientes e acompanhantes denunciam descaso e maus-tratos por parte dos funcionários.
Uma acompanhante, que passou dias no hospital acompanhando uma gestante de 40 semanas, descreveu a experiência como desumana. Segundo ela, as mães que aguardam o parto são obrigadas a permanecer sentadas em cadeiras, muitas delas quebradas, enquanto lidam com dores intensas.
"Estamos aqui desde terça-feira. Passamos por muitas humilhações até hoje. Estou acompanhando a gestante que conseguiu ganhar o bebê depois de sofrer 19 horas, pois tentaram até o último momento o parto normal", relatou.
A acompanhante também afirmou que, na primeira internação, a gestante dormiu em um banco por falta de leito e, mesmo após a alta, precisou retornar ao hospital dias depois. "As mamães, para ganhar bebê, ficam sentadas, passando mal nessas cadeiras até de manhã. Muitas cadeiras estão quebradas. Já questionei que é desumano uma grávida dormir na cadeira com dor, mas não fizeram nada. Reclamei e responderam com desprezo. É humilhante", afirmou.
Além das dificuldades estruturais, há denúncias de falta de empatia da equipe hospitalar. A acompanhante relatou que tentou pedir ajuda para uma gestante que apresentava tremores durante a madrugada, mas foi recebida com agressividade por uma funcionária.
"Foi uma luta, um verdadeiro descaso. Ainda ficam de risadinhas e comentários desnecessários enquanto as mãezinhas estão gritando para terem suas crianças. Muita humilhação mesmo", desabafou.
A administração do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul foi procurada para comentar as denúncias, mas não respondeu até a publicação desta matéria.