Presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento revela que o hospital pode abandonar o SUS (Sistema Único de Saúde) se a tabela de preços não for alterada. “São dez anos que trabalhamos com a mesma taxa, e olha o que aconteceu durante esse tempo: reajuste salariais, inflação de medicamentos, água, luz, e estamos mantendo o mesmo valor”, diz.

Tabela-SUS é o valor repassado aos hospitais pelo atendimento gratuito. Há muitos anos sem atualização, paga valores muito abaixo do que os praticados pelo  mercado e os hospitais acabam arcando com a maior parte do preço dos tratamentos. A reclamação é unânime, inclusive com proposta de mudanças encabeçada pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Nós estamos nos virando, fazendo uma gestão, temos uma sala de controle. Essa posição do governo do Estado sobre essa taxa é bem-vinda e ele tem autonomia junto ao Governo Federal para essa atualização. Vivemos em um subfinanciamento do SUS, então tem que rever essa taxa, existe a necessidade de atualização desses valores, não só de agora pra frente, mas para reaver esses déficits que se acumularam durante esses 10 anos”, reforça Esacheu.

Segundo o diretor, atualmente a Santa Casa tem uma dívida de mais de R$ 160 milhões, consequência de empréstimos na Caixa Econômica Federal, uma realidade de todos os hospitais filantrópicos do Brasil, que atendem pelo SUS.

“Mantemos uma expectativa boa que o novo presidente junto ao novo ministro [Luiz Henrique Mandetta], que eles possam encontrar uma solução que nos mantenha como parceiro porque, se isso não acontecer, nós já temos discutido nas reuniões da CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) que, em um futuro não muito longevo, nós vamos ter que sair do SUS”, finaliza.