Com problema dentário desde o ano passado, Arthur Uriel Ferreira Maciel, de 7 anos, precisa fazer canal e arrancar um dente, mas não consegue atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) por falta de compressores nos consultórios odontológicos dos postos de saúde, em Campo Grande.
Segundo a mãe do garoto, Katriany Silva Ferreira, 29 anos, o filho tem fortes dores já que o dente está comprometido, afetando a raiz e causando inchaço.
Desde o mês passado, o pequeno está sendo medicado com antibióticos e dipirona para controlar a dor, mas os medicamentos não são suficientes para resolver o problema.
Katriany procurou a USF (Unidade de Saúde da Família) do Jardim Macaúbas ainda no ano passado, mas foi informada que o filho não poderia ser atendido pela dentista por falta do compressor.
A mãe foi orientada a buscar outras unidades de saúde e até mesmo UPA (Unidade de Pronto Atendimento) devido à dor e emergência.
"Fui com ele na UPA Coronel Antonino, lotada, demoramos horas para conseguir o atendimento e ser informada que na unidade também estava sem o compressor", desabafa.
De acordo com a mãe, devido os meses se passarem e não conseguir atendimento na rede pública, a situação do dente foi piorando a ponto dele precisar passar dois meses tomando antibiótico.
"É uma tristeza ver meu filho assim, sem poder ser atendido. Ele só precisa que um dente seja retirado ou tratado, mas isso não pode ser feito por conta da falta de um simples compressor. Estamos há meses tentando resolver essa situação e, até agora, nada", desabafa Katriany.
Katriany menciona que a situação não é única. "Muitos moradores têm enfrentado dificuldades semelhantes, até no posto Aero Rancho a situação é a mesma", acrescenta.
A reportagem levou o caso até a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que informou que encaminhará a criança até uma unidade mais próxima da residência para receber o atendimento.
Sobre o compressor, a secretaria esclarece que possui em andamento processo de contratação emergencial de empresa para manutenção corretiva desses equipamentos, além de outro processo para contratação de empresa que faça manutenção preventiva e corretiva, também em andamento. "Ainda é importante reforçar que nenhuma equipe está sem realizar atendimento. Aqueles procedimentos que podem ser realizados na própria unidade sem o compressor são executados e, caso haja a necessidade do aparelho, o paciente é acolhido e feito o agendamento para ser atendido em uma unidade de saúde que tenha o compressor funcionando normalmente e que a equipe da unidade com o aparelho com defeito tenha sido remanejada", diz a nota.