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Campo Grande

há 3 dias

Caos na Santa Casa: sacos de lixo viram cobertor e lençóis, denuncia paciente

'Gambiarras' tem se tornado comuns em hospital, por falta de insumos

Em meio a uma crise de superlotação, o colapso do atendimento na Santa Casa de Campo Grande tem afetado cada vez mais pacientes. Segundo pacientes, por falta de lençóis e cobertores, sacos de lixo estão sendo usados para cobri-los.

O caso foi denunciado por uma paciente da ala de ortopedia. Segundo ela, faltam lençóis e cobertores, devido à superlotação. Com frio, ela conta que foi 'coberta' com sacos de lixo pela equipe hospitalar, que tentam atender, mesmo sem recursos.

"A situação está muito pior do que vocês imaginam. As fraldas que o hospital fornece não aguenta um xixi, fazendo sujar todo o paciente. Como estão faltando lençóis, para não suja, estão colocando penicos embaixo do bumbum dos pacientes, porque as fraldas não dão conta", conta uma acompanhante.

'Gambiarras' como a relatada tem se tornados comuns no hospital, devido à ausência de materiais essenciais para o tratamento e insumos. Nesta quinta-feira (27), o TopMídiaNews noticiou o caso de uma paciente diabética, de 30 anos, que teve um galão de água amarrada na perna como peso para que o osso fraturado fosse posicionado no lugar.

Ela sofreu um grave acidente de trânsito e está internada desde sábado (22) no Hospital do Trauma, aguardando por uma cirurgia. Enquanto espera, sem previsão, enfrenta condições precárias, gambiarras por falta de atendimento e, agora, uma infecção na perna.

A paciente aguarda a realização de uma cirurgia de tração, procedimento no qual são inseridos dois pinos na perna para reposicionar o osso com a ajuda de uma corda. No entanto, segundo a amiga e acompanhante Sulymara, a equipe médica da Santa Casa alegou não ter equipamentos disponíveis para a realização do procedimento.

Enquanto a cirurgia não é realizada, os profissionais do hospital improvisaram um método para tentar manter o osso no lugar. Um galão de água foi amarrado à perna da paciente, como um peso.

Superlotação chega à polícia

A situação precária de atendimento na Santa Casa está sendo acompanhada desde o início da semana pelo TopMídiaNews. Conforme já noticiado, a Santa Casa de Campo Grande emitiu um comunicando, nesta segunda-feira (24), informando que não consegue mais admitir pacientes nos setores de urgência e emergência devido ao quadro de superlotação.

"Tal cenário tem gerado uma sobrecarga acentuada em toda a cadeia de serviços prestados pelo hospital, incluindo o uso de insumos, cuja situação crítica de escassez já foi amplamente abordada em comunicados anteriores", diz a nota do hospital.

Em nota enviada para o TopMídiaNews, a Santa Casa disse que "tem buscado manter o atendimento em níveis aceitáveis para todos os pacientes que chegam ao hospital". Porém, diante da escassez de materiais, isso tem se tornado inviável no momento.

O hospital informou a reportagem que na área de ortopedia, a falta de materiais prejudica o tratamento de diversas condições, como fraturas, traumas e fraturas expostas. A gravidade do caso é tanta que chegou à polícia.

Nesta terça-feira (25), a Diretora Clínica da Santa Casa, Drª Izabela Guimarães Falcão Alves, acompanhada do Chefe da Ortopedia, Dr° João Antônio Pereira Mateus, além do advogado e diretor de finanças, Paulo Guilherme Guttierrez Mariosa, registraram um boletim de ocorrência representando a própria Santa Casa. Segundo o corpo técnico do hospital, a situação "está caótica".

Em trecho do documento, a Santa Casa pontua que não existe nenhum material ortopédico disponível para a realização de cirurgia de urgência e emergência. A situação teria chegado ao limite, mas a falta de insumos é sentida há algumas semanas.

Uma das razões para essa falta de insumos é a questão do pagamento para fornecedores, devido ao déficit mensal. Houve um pedido na justiça para o repasse em tutela de urgência de R$ 46 milhões para conseguir amenizar a situação de forma momentânea.

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