A Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul realizará uma passeata no sábado (28) para pedir atenção da população e do poder público para a série de casos registrados nos últimos meses. Mais que consolo para a morte de entes queridos, as famílias esperam esclarecimento nos casos de suposta falha de procedimento.
No último dia 18 de março, os pais do menino Luiz Gustavo Barboza Ferreira, de nove meses, denunciaram a morte do bebê, depois de um suposto erro da equipe de médicos do Hospital Regional.
Luiz tinha hemofilia - doença genético-hereditária que ocorre exclusivamente no sexo masculino - e por isso, recebia medicação intravenosa duas vezes a cada semana. Em uma das aplicações, feitas na jugular do menino, houve complicações que resultaram na morte da criança três dias depois (entenda o caso).
A família não tem duvidas de que se trata de um erro médico e pediu a exumação do corpo da criança para confirmar a suspeita. “Ele entrou bem no hospital, sorrindo, e de repente acontece isso tudo. Não temos outra explicação”, diz a mãe do menino, Roseli Barboza da Silva, 30 anos.
Eles aguardam a liberação do prontuário médico para encaminhar o documento para a Polícia Civil. “Nós queremos a apuração de toda a equipe que participou do atendimento”, explica. Roseli estará na passeata organizada para o sábado. Ela e outras mães veem na justiça a única maneira de amenizar, um pouco que seja, o sofrimento.
Os familiares de Silvio José Ramos Junior, 33, também estarão no ato. Junior, como é conhecido, passou mal em via pública e foi internado no Posto de Saúde do Bairro Tiradentes, em Campo Grande no dia 31 de agosto de 2014. O rapaz entrou consciente para ser atendido e deixou o local em estado vegetativo. (Veja aqui)
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul está juntando todos os laudos do paciente para processar os médicos do Hospital Regional que suspostamente o abandonaram na CTI (Centro de Terapia Intensiva), agravando a situação do rapaz. Clique aqui para mais informações.
De acordo com o presidente da Associação, Valdemar Moraes de Souza, o descaso com a saúde e o despreparo de médicos são problemas antigos. “Nós queremos o esclarecimento desses casos. É o mínimo que as famílias podem ter”. A passeata se iniciará na avenida Rui Barbosa às 8h30.
