O ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT teriam recebido, ao todo, R$ 12 milhões em recursos indevidos da Empresa Odebrecht. A informação é de acordo com a delação premiada dos ex-executivos da empresa.
De acordo com o inquérito realizado pela Procuradoria Geral da República, os repasses da Odebrecht para Zeca e Delcidio estavam condicionados as questões relativas aos repasses que viriam da União via Estado e que, por fim, seriam destinados à CBPO, viabilizando o pagamento da propina. “Conforme declarações prestadas pelo Colaborador João Antônio Pacífico no TC 28, bem como a prova de corroboração desses fatos (Anexos ao TC), em que entrega registros contábeis do recebimento pela CBPO em favor de Zeca do PT e Delcídio do Amaral no valor de aproximadamente R$. 12.000.000,00”, cita o inquérito.
Na delação de Pedro Augusto Leão, consta que foram identificados somente alguns pagamentos para Zeca do PT, que tinha o apelido de pescador e Delcídio do Amaral que tinha o apelido de Ferrari. Entre os pagamentos identificados está o valor de R$ 400 mil para Zeca do PT e R$ 2 milhões para Delcídio.
Entretanto, Leão afirma que o total de repasses aos dois políticos foi de R$ 12 milhões, de acordo troca de e-mails da época. “Pelo que me recordo e considerando os registros contábeis do recebimento pela CBPO, houve antecipações de pagamentos em favor de Delcídio do Amaral, a pedido do próprio candidato, tendo sido pago ao todo, o valor de aproximadamente R$ 12 milhões”, afirmou o delator. Ele também explica que os valores pagos a Zeca e Delcídio eram contabilizados em uma reserva comum, referente ao PT no Mato Grosso do Sul.
O ex-executivo da Odebrecht João Pacifico em sai delação premiada também afirmou que os valores repassados a Delcídio e Zeca totalizam o valor de R$ 12 milhões. “Pelo que me recordo e considerando os registros contábeis do recebimento pela CBPO, houve pagamento de propina em favor de Zeca do PT e Delcídio do Amaral no valor total de aproximadamente R$ 12 milhões, conforma programação financeira e e-mails internos”, afirmou Pacifico.
E-mail datado de 24 de fevereiro de 2006 enviado por Pedrão leão, cita o repasse de recursos ao ex-governador Zeca do PT, que tinha o apelido de pescador. “O programa do pescador pode chegar a R$ 12,5 milhões no total, se tivermos todo nosso problema resolvido. Faça um aditivo de R$ 400 mil para suportar estas despesas de Março/Abril, que só serão efetivadas caso aconteçam os receptivos ingressos programados” , cita o documento.
Outra correspondência eletrônica entre Pedro Leão e João Pacifico cita os repasses de R$ 12 milhões em seis parcelas pelo recebimento da divida do Estado com a Odebrecht. “Proposta para pagar R$ 22,7 milhões em seis parcelas (Julho a Dezembro). Despesas do principal para R$ 12 milhões em seis parcelas proporcionais ao ingresso. Isso zera nossa posição e gera um liquido, depois d epagas todos os compromissos e despesas, um montante de R$ 16 milhões”, conta no e-mail.
Zeca do PT diz que nunca recebeu doação da empreiteira citada e que nunca teve relação alguma, pessoal ou política com o grupo Odebrecht. Zeca afirma que está com a consciência tranquila e que vai aguardar citação do STF. Já Delcídio não se pronunciou sobre o assunto.