O retorno do calor e elevação da umidade do ar geram alerta sobre surgimento de novos focos de incêndios na região do Pantanal de MS. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, avalia que o
Governo Federal pode decretar emergência climática nas cidades mais afetadas pelos incêndios.
A fala da ministra ocorreu durante segunda visita dela a Corumbá, nesta terça-feira (16). Ela esteve acompanhada dos ministros de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
"É para que a gente possa ter instrumento legal para que essa figura da emergência climática seja trabalhada. Hoje, a emergência é decretada quando o problema já aconteceu e é fundamental essa medida antecipada. Espero que tão logo, o presidente Lula possa sancionar a lei do mesmo jeito que a gente tem a lei estadual (se referindo a Lei do Pantanal), vamos somar esforços para que tenhamos enfrentamento da emergência climática, combate ao fogo e combate à ilegalidade”, disse Silva.
Segundo o Diário Corumbaense, Marina destacou que a agenda ambiental não deve ser setorizada.
''A crise climática não permite mais que a gente trate o meio ambiente como setor, por isso, quando tem todos trabalhando juntos, tenho certeza que é uma demonstração que a política ambiental é política transversal'', falou Marina Silva.
Situação no Pantanal
Relatório da Operação Pantanal emitido nesta quarta-feira (17), alguns pontos de fumaça que estão concentrados dentro da área queimada, um na região de Maracangalha e outro na região do Morro do Urucum, trouxe o Diário Corumbaense.
Após o combate finalizado na área do Maracangalha, as equipes em campo realizaram rescaldo em pontos quentes compostos por material lenhoso dentro da área queimada. A região não apresenta focos ativos há mais de um dia, porém segue em vigilância a fim de evitar reignição. A ação de resposta na área no Morro do Urucum teve combates nas encostas. No local foi feito aceiro e rescaldo.
Devastação
Desde o começo do ano até 16 de julho, quase 593 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense, o que corresponde a 6% do total de nove milhões de hectares da região pantaneira no Estado.
O aumento chega a 147% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 239,4 mil hectares – considerada até então, a pior temporada de incêndios. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Os focos de calor detectados via satélite chegam a 3.099 de janeiro até 16 de julho, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Aumento de 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram 2.235 registros.