Visivelmente constrangido, o vereador André Salineiro (PSDB) quebrou o protocolo durante sessão legislativa, na manhã desta quinta-feira (8), para se retratar sobre discurso em que sugeriu “descer o cacete” em manifestantes que fecham as rodovias, em alusão a protesto realizado por índios na terça-feira (6).
“Eu gostaria de pedir desculpas pela minha fala com relação ao protesto realizado por parte da comunidade indígena que bloqueou a BR-163. Não tenho compromisso com erro e nenhum constrangimento em reconhecer que me excedi, reconhecer os erros é uma virtude e um exemplo que faço diariamente as minhas filhas”, declarou.
Um tanto nervoso, Salineiro não arriscou no improviso e pediu licença para ler um discurso previamente elaborado. No plenário, uma comissão de indígenas que participou da manifestação em favor de melhoria na saúde aguardava em silêncio o pronunciamento do parlamentar.
“Afirmo, porém, que a luta pelo direito de uns não pode acarretar na retirada do direito de outros. Essa ideologia de manifestações que vem acontecendo no nosso Estado e no nosso país precisa ser revista. A melhor forma de reparar o efeito das palavras por mim utilizadas é abrir o debate”, justificou Salineiro.
Neste momento, os índios começaram a ficar irrequietos enquanto o parlamentar se justificava. Segundo o tucano, o discurso foi baseado em sua indignação com protestos que atrapalham o trânsito ou o serviço de outras pessoas, como famílias que iam em direção ao hospital e crianças que aguardavam dentro dos carros.
“Nunca passou pela minha cabeça incitar a violência. Nunca. Quando utilizei a tribuna, na sessão passada, não me referi especificamente sobre esse bloqueio, mas sim alertei sobre a importância de convocarmos o Congresso Nacional, foram as minhas palavras, mas não saíram na imprensa, para normatizar esse tipo de delito que é a obstrução de estradas e rodovias”, disse.
Por fim, o vereador ainda destacou que a comissão, hoje, estava no lugar certo para lutar por seus direitos, na Câmara Municipal, sem atrapalhar ninguém, e encerrou pedindo novamente perdão. Depois disso, desceu ao plenário para conversar com os índios, quando o clima esquentou.
Os índios desmentiram as informações de que dificultaram a passagem de pessoas a caminho de hospitais e destacaram o caráter pacífico da manifestação. Com o dedo em riste, um dos indígenas ficou tirando satisfações do parlamentar. Assista abaixo o discurso e a confusão: