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Política

02/03/2018 09:00

Vander inaugura nova modalidade de corrupção na Lava Jato: ‘caixa 3’

Deputado teria recebido R$ 50 mil da Odebrecht na campanha a partir de outras empresas

Um dos investigados na Operação Lava Jato, o deputado federal Vander Loubet (PT) teria inaugurado uma nova modalidade de corrupção: o ‘caixa 3’. Segundo a Polícia Federal, ele teria recebido R$ 50 mil na eleição de 2010 da Odebrecht, mas a partir de outro grupo empresarial, de forma a dissimular a origem do dinheiro.

O crime investigado, no caso, é falsidade ideológica eleitoral. Conforme reportagem da TV Globo, Loubet pediu doação ao grupo Odebrecht e teve o pedido atendido, mas o dinheiro foi destinado à campanha e registrado oficialmente como doação de duas empresas ligadas ao Grupo Petrópolis, de Walter Faria.

Isso ocorre porque os ex-executivos da Odebrecht não queriam figurar como doadores de campanha do parlamentar. Ainda segundo as investigações, Walter Faria terceirizou o pedido para o dono das empresas de distribuição de bebidas Praiamar e Leyroz de Caxias, Roberto Lopes.

Em depoimento para a Polícia Federal, Walter Faria contou que o valor foi abatido de uma "conta corrente" mantida pela Odebrecht e pelo Grupo Petrópolis, criada em razão de obras feitas pela empreiteira para a cervejaria. No entanto, conforme ele, Roberto Lopes não sabia que o pedido original partia da Odebrecht.

O delegado responsável pelas investigações, Heliel Jefferson Martins da Costa, revelou à TV Globo que, só entre 2010 e 2012, Praiamar e Leyroz doaram R$ 77 milhões para candidatos. As conclusões foram encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e remetidas à PGR (Procuradoria Geral da República) para análise.

Outro lado

Procurado pelo G1, Vander Loubet divulgou nota dizendo que as acusações contra ele não procedem e são "inverídicas". "Os recursos recebidos pela minha campanha foram contabilizados como consta na prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral. Repito: todas as doações foram oficializadas, de maneira que não recebi recursos não contabilizados", afirmou.

A empresa de Walter Faria informou que "todas as doações feitas pelo Grupo Petrópolis seguiram estritamente a legislação eleitoral e estão devidamente registradas". Já as empresas Praiamar e Leyroz de Caxias não foram encontradas.

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