A mineradora Vale, dona da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG) que rompeu na sexta-feira passada e causou uma centena de morte, costuma ser generosa com políticos no período de campanha eleitoral.
Em 2014, por exemplo, o candidato Delcídio do Amaral, que perdeu a eleição naquele ano para o atual governador, Reinaldo Azambuja, recebeu doação da Mineração Corumbaense Reunida S.A., empresa da mineradora Vale.
De acordo com divulgação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2014, Delcídio arrecadou em torno de R$ 24,5 milhões em doações.
A mineradora da Vale, diz o TSE, mandou para a conta da campanha de Delcídio, estimados R$ 122,7 mil.
O livro "A Questão Mineral no Brasil", lançado em 2015, um ano após o desastre de Mariana, também em Minas Gerais, semelhante ao de Brumadinho, que matou 19 pessoas, as seis empresas do grupo Vale (Vale Energia, Vale Manganês, Vale Mina do Azul, Minerações Brasileiras Reunidas, Mineração Corumbaense Reunida e Salobo Metais) doaram em 2014 R$ 79,3 milhões em forma de financiamento de campanhas estaduais e federais.
Ano passado Delcídio tentou a reeleição, mas não conseguiu. No fim de 2015, o ex-senador foi preso por suposta ligação no esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato, operação da Polícia Federal. Ele ficou preso por 90 dias. Ao sair resolveu optar pela chamada delação premiada, ato que complicou políticos importantes do país, incluindo o ex-presidente Lula.
Pela prisão de 2015, Delcídio foi inocentado pela Justiça Federal, em Campo Grande, em julho do ano passado. Mas ainda é investigado.
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