O STJ (Superior Tribunal de Justiça) rejeitou, no final da tarde desta sexta-feira (27), o pedido de liberdade do ex-governador André Puccinelli, pré-candidato ao governo pelo MDB. Também continuam presos o filho dele, André Júnior, e o advogado João Paulo Calves. O trio tinha sido preso pela Polícia Federal na sexta-feira (20), denunciados por corrupção.
O pedido de liberdade havia sido encaminhado nessa sexta-feira (27), a coordenação da 6ª Turma da corte. Instantes depois a decisão foi negativa para o trio.
No início da semana, Borges e o advogado Renê Siufi já haviam apelado à corte federal, em São Paulo, pela liberdade dos três.
Os defensores incluíram na petição ter achado “estranho” Puccinelli ter sido preso às vésperas da convenção partidária, evento que oficializaria a candidatura do ex-governador.
No entanto, o desembargador federal Maurício Kato, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região - SP), negou a liberdade alegando indícios de continuidade dos crimes de lavagem de dinheiro.
Mesmo assim, o comando do MDB disse que o partido não tinha "Plano B" e que Puccinelli seria o candidato da sigla. A convenção que vai confirmar o nome do ex-governador como o concorrente oficial está marcada para o dia 4 de agosto.
Prisão
André Puccinelli, o filho e o advogado foram presos pela criação do Instituto Ícone de Estudos Jurídicos que, para o MPF (Ministério Público Federal) funcionaria para gerenciar dinheiro de propina vinda, por exemplo, da JBS, a principal empresa investigada na Lava Jato, a operação da Polícia Federal.
JBS pagava a Puccinelli altas somas em dinheiro, que ia para a conta da Ícone, depois eram repassadas a integrantes do esquema do ex-governador.
Em troca, a JBS era beneficiada com incentivos fiscais. A empresa seria de André Júnior, mas, no papel, quem seria o dono é o advogado João Paulo Calves, o “testa de ferro” da trama, para o MPF.