Sob intenso ataque de ambientalistas contrários à liberação de agrotóxicos, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) reassume o mandato de deputada federal entre hoje (6) e amanhã, para a votação, em segundo turno, da reforma da Previdência. Hoje, os parlamentares do Congresso retomam às atividades legislativas, depois de um recesso que deveria acabar quinta-feira passada (1), que durou 20 dias.
Tereza foi eleita deputada, mas não assumiu por ter recebido o convite do presidente Jair Bolsonaro para chefiar a pasta da agricultura. A vaga dela ficou com Bia Cavassa, do PSDB. O retorno da ministra à Câmara dos Deputados, é um meio de garantir um voto pela reforma. No entanto, deputados tucanos votaram pela proposta no primeiro turno. Ou seja, Tereza ou Bia apoiam a reforma da Previdência.
Há uma previsão de a reforma ser votada na tarde desta terça. Depois, o projeto segue para o Senado.
ATAQUES
Tereza Cristina disse ontem, segunda-feira (5), em evento sobre agronegócios, em São Paulo, que a aprovação da venda de agrotóxicos no país, em escala maior, não prejudica a “segurança alimentar ou o meio ambiente”.
Para ela, "quase todos os países do mundo já usam esses produtos, e quando não usam é porque não precisam".
No entanto, a ideia da ministra não tem recebido apoio e ela vem recebendo críticas reforçadas pelos recentes anúncios do governo Bolsonaro, que demitiu o chefe do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por discordar de pesquisas que indicam o tamanho do desmatamento no país.
Roberto Brand, por exemplo, diretor da área da pesquisa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), disse: “esse governo está destruindo a imagem do setor agrícola brasileiro”.
Outras várias entidades que defendem projetos de proteção ao meio ambiente também chiaram com as medidas de apoio a liberação de pesticidas no país.