Durante a celebração dos 13 anos da lei Maria da Penha, norma que pune com mais vigor os homens que castigam as mulheres com violência, Sérgio Moro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, soltou duas frases que em nada agradaram militantes que agem em defesa do sexo feminino.
Primeiro, ele disse que os homens tornaram-se agressores das mulheres por se sentirem “intimados”.
No caso, segundo ele, o florescente papel da mulher na sociedade faz com que “talvez nós, homens, sintamos intimidados” e, “por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, a violência física ou morar para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe”.
Por fim, disse que a violência doméstica seria decorrente de um certo “defeito cultural”.
Procurada para falar sobre o assiunto, a senadora Simone Tebet (MDB) topou falar, mas nem sequer citou o nome do ministro, preferindo elencar os feitos do Senado pela causa:
“Comemoramos os 13 anos da Lei Maria da Penha, mas não podemos desconsiderar o avanço do número de feminicídios, especialmente contra a mulher negra, pobre e de baixa escolaridade”, disse a senadora, que seguiu dizendo que:
“No Congresso estamos atuando para aperfeiçoar a legislação e criar novas regras que garantam mais proteção às vítimas. Esta semana aprovamos projetos importantes para enfrentamento à violência contra a mulher”.
CRÍTICA
Ainda na quinta-feira, o ministro tratou o assunto da violência em rede social, aquele em que ele vê os homens agressores devido ao crescente papel da mulher na sociedade. A antropóloga Débora Diniz, que foi embora do Brasil por sentir-se ameaçada de morte por questionar a criminalização do aborto.
Veja a resposta dela para o ministro: “Moro, por favor, apague essa mensagem. É uma questão de dignidade: os homens que me ameaçam de morte o fazem porque são brutos. Não confunda as razões íntimas de homem brutos com explicações sociológicas para a violência. Homens que ameaçam mulheres são covardes”.