A senadora Simone Tebet disse que está na fase da indignação. Em entrevistas nesta sexta-feira (2), ela afirmou que a CPI vai avançar nas denúncias em relação ao contrato com a Covaxin na próxima semana.
“Denúncias no plural de possíveis crimes. Saí da fase da comoção e entrei na fase da indignação”, disse a senadora Simone Tebet ao afirmar que os indícios de corrupção envolvendo a compra de vacinas anticovid pode chegar à casa dos bilhões.
A líder da Bancada Feminina rebate as críticas e diz que “a CPI não vai dar em pizza”. Ela computa já como crédito do colegiado a mudança do ministro da Saúde de Eduardo Pazuello para Marcelo Queiroga, uma vez que a pressão da instalação iminente do colegiado teria instigado o presidente Bolsonaro a promover a alteração no comando da pasta.
A senadora ressalta que o relatório da CPI da Covid será elaborado com o auxílio de técnicos do Senado e de diversos órgãos de controle e fiscalização com base em dados e documentos. O texto precisará ser aprovado pelos senadores, disse lamentando que a bancada feminina não poderá votar por não ter assento formal no colegiado. “Estaremos atentas. Temos voz. Aqueles que tiverem de ser indiciados vão constar no relatório, seja do governo federal ou dos governos estaduais. Estou esperançosa de que a CPI busque os verdadeiros culpados.”
2ª FASE
Simone Tebet ressalta que a CPI chegou à segunda fase e tem de investigar com muita responsabilidade, “não é tudo que tem comprovação. Temos de separar o joio do trigo e fazer um relatório que condiz com a realidade dos fatos”.
Para ela, a primeira fase, a CPI trouxe holofote para o atraso na compra de vacinas, o estímulo a uso de remédios sem eficácia científica comprovada, a falta de campanhas informativas e de coordenação do governo federal com os governos estaduais e municipais. “Então, isso tudo ficou evidente na 1ª fase da CPI. Quando estávamos fechando essa caixinha, surgiu outra denúncia, tão grave quanto a perda de vidas por falta de eficácia no combate à pandemia. Fomos surpreendidos com denúncias de crimes envolvendo servidores do Ministério da Saúde, gente da cúpula da pasta, o líder do governo na Câmara (deputado Ricardo Barros), que terá de se explicar, sobre cobrança de vacina para liberar contrato de vacina na ordem de alguns bilhões de reais”, disse.
Para Simone, a próxima semana será decisiva em relação às denúncias envolvendo o contrato com a vacina indiana Covaxin. “Temos não só indícios, mas provas, uma lei ilegal para compra de uma vacina indiana que nem sabemos qual é eficácia. Há uma suspeita de que tudo foi feito nas coxas para se cobrar propina e colocar dinheiro no bolso”.