A sessão relâmpago realizada nesta quinta-feira (11), na Câmara Municipal, foi marcada por 'alfinetadas' entre rivais políticos que disputam a prefeitura de Campo Grande. O motivo estaria ligado ao suposto 'rombo' nas contas do Instituto Previdenciário de Campo Grande (IMPCG), cujo valor chegaria a R$ 109 milhões.
Ontem (10), na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Coronel David, do PSC, que também disputa a prefeitura, teria insinuado que a Casa de Leis teria sido omissa em não investigar a denúncia encaminhada à Câmara, pelo próprio deputado.
Em resposta, durante a sessão de hoje, o vereador Marcos Alex, do PT, não gostou do tom levantado contra a Câmara Municipal e afirmou que o deputado deveria respeitar a Casa de Leis. E ainda foi adiante, "ele [deputado] falou em inércia, ele tem que respeitar a Câmara. A Casa sempre fez denúncias e deu conta do recado. Nós estamos fazendo o nosso papel e cada um fica no seu poder", disparou.
Após ouvir a declaração do colega petista, o vereador Roberto Durães, do PSC, do mesmo partido de Coronel David, disse aos jornalistas que Alex quer ganhar holofotes nesta campanha. "O Alex quer ganhar fotografia, quer aparecer nas pesquisas. O nosso candidato está à frente dele e disparado. O Alex vai ser coadjuvante. Então, admiro ele, mas quer holofote. Falar hoje do Roberto Durães e do David é ponto positivo", rebateu.
IMPCG
Na quarta-feira (10), o deputado usou a tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar o suposto rombo no IMPCG. “Quero entender para onde foram mais de R$ 109 milhões? Até hoje não foi explicado. Entrei com denúncias no Ministério Público Estadual e representação junto ao Tribunal de Contas do Estado. Os dois já abriram investigação. Também entreguei os dados à Câmara Municipal, a quem cabe originariamente fiscalizar as contas da administração municipal, mas que até o momento não fez nada”, alfinetou o parlamentar.
À reportagem, o vereador Marcos Alex, além de afirmar que 'cada um deve ficar no seu poder', explicou que protocolou na semana passada, no Ministério Público Estadual, uma ação sobre o caso. "Já tinha preparado a ação, independentemente do que aconteceu, não estou indo com o David, e estou indo pelo meu mandato. Me comprometi, reuni com os servidores para pedir essa auditória", comentou.
O vereador ainda afirmou que se reuniu com os professores, e que também chegou a ser procurado pelos próprios servidores do IMPCG. "Me procuraram e tomei a iniciativa de fazer essa representação. A situação é grave e precisa ser investigada", contou.
E ainda aproveitou para justificar. "Eu não tinha, ainda mais neste momento, formar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre isso. Agora, eu estou sobrecarregado e não tenho como fazer isso. O assunto é importante, mas vamos pautar essa questão sim", finalizou.
Por outro lado, Durães ainda negou que o deputado não teve a intenção de ofender a Câmara. "Mas ele queria que o Chiquinho Telles, que abraçou a causa, desse uma resposta", emendou.
Ao TopMídiaNews, o vereador Chiquinho Telles, do PSD, afirmou que em nenhum momento a Câmara deixou de investigar, e enfatizou que ninguém deve mandar nada. "Os vereadores da Câmara Municipal sabem exatamente o que fazer, não precisa ninguém falar nada".
Chiquinho ainda destacou que o caso, pode ter passado de um mal-entendido, e afirmou ainda que "todo mundo tem o direito de cobrar, mas cada um no seu poder. O que a Câmara não quer é correr o risco de abrir uma CPI agora, justamente, em um caso sério e que depois, vire um palanque eleitoral e o caso acabe se revertendo. O vereador Carlão (PSB) havia feito requerimento, no dia 2 de agosto, a prefeitura respondeu a toque de caixa, e agora vamos analisar, se houver os requisitos necessários, vamos dar continuidade", finalizou.
A sessão relâmpago começou às 9h30 e terminou às 10h40, onde um projeto foi analisado.