O ex-ministro da Secretaria de Governo e afastado da Itaipu binacional, Carlos Marun (MDB), escolheu 'outro' nome para seguir e defender. Desta vez, o escolhido é o atual presidente Jair Bolsonaro.
Em publicação nas redes sociais, Marun teceu críticas a três sites de notícias que sofreram censura recentemente pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Ele alega que os veículos de comunicação estão nas mãos de corretoras de valores e são usados como instrumentos para criar instabilidade político, para que, com isso, a dona ganhe dinheiro.
Marun lembrou de viagem em Nova York, nos Estados Unidos, no ano passado, para participar do evento 'Homem do Ano Brasil-EUA', em que Sérgio Moro - hoje ministro da Justiça - seria homenageado.
"Resolvi ir. Fiquei três dias por lá e participei como palestrante de alguns outros eventos da “Brazilian Week”, semana dedicada a uma série de discussões sobre o Brasil. [...] Lá, enquanto aguardávamos o homenageado, troquei ideias com o “créme de lá créme” do PIB nacional", afirmou.
Segundo ele, quando conversava com sócios de Corretoras de Valores, perguntou como ganhavam dinheiro. "Se era quando a economia estava crescendo ou diminuindo... A resposta foi sincera: 'nós ganhamos no sobe/desce'. Estabilidade para cima ou para baixo não gera lucros”.
Na publicação, Marun ainda teve tempo de lembrar do arquirrival, o PT, e defender Bolsonaro. "Na entrada do evento (no Museu de História Natural, que neste ano recusou sediar a homenagem a Bolsonaro) uma curiosidade: uma manifestação de cerca de 100 PTistas esperava Moro".
Segundo ele, o homenageado 'entrou pelos fundos'. "Eu pela frente. Quando cheguei e vi a confusão fui tentando passar de “fininho”, mas um dos manifestantes me identificou. E lá estava eu, em frente ao Central Park, sendo xingado no lugar do Moro e batendo boca com PTistas como fazia corriqueiramente aqui no Brasil. Desviei de alguns ovos e consegui entrar sem sujar o smoking".
Criando instabilidade no país
Neste momento, Marun afirma que os blogues que sofreram censura recente seriam de uma das corretoras de valores. "Pois bem, os tais Sites Antagonista e Crusoé (E agora vem um terceiro: Novo Antagonista) são de propriedade de uma Corretora de Valores. Os “três mosqueteiros” que aparecem ali são empregados do mercado especulativo", dispara. Essas instabilidades aferiam diretamente o governo do atual presidente.
E fala sobre a relação ruim que teve com as publicações. "Minha relação com eles é ruim desde que eu lhes chamei de 'Diário Oficial do Neo-Facismo Brasileiro'. Mas isto não vem ao caso".
E questiona: "o importante é o que pergunto agora: Porque uma Corretora que ganha dinheiro na instabilidade econômica teria Sites de Notícias? Para mim a resposta é simples: para produzir instabilidade. E tudo isto sob o manto protetivo da Liberdade de Imprensa".
Marun finaliza o texto manifestando apoio às medidas que chegaram a ser aplicadas contra os blogues de notícias. "Então o tema é absolutamente controverso. Agora que o debate dos últimos dias consagrou esta liberdade como instituto inarredável, onde são ilegais tentativas de cessação do dano, só sendo possível o pleito de posterior reparação, penso ser urgente a seguinte discussão: O QUE É IMPRENSA?".