Reinaldo Azambuja (PSDB), candidato à reeleição ao governo de Mato Grosso do Sul, disse que um de seus adversários, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), precisa esclarecer o motivo pelo sumiço de R$ 11 milhões de um cofre instalado dentro do gabinete do então magistrado.
Ele disse isso durante a rodada de entrevista promovida pelo TopMidiaNews. O assunto em questão surgiu durante uma pergunta em que o governador comentou a recente “onda de ataque” que tem sofrido na campanha.
“A verdade prevalece sobre a mentira. Mas ele deve prestar contas e não ficar escondido como se fosse um camaleão [lagarto que troca de cor]”, disse Azambuja.
Daí em diante, o candidato recordou o depoimento de Jedeão Oliveira, ex-chefe de cartório da 3ª Vara Federal, então chefiada pelo juiz aposentado.
Oliveira foi demitido em julho de 2016 depois de duas décadas trabalhando como Odilon. Foi o juiz quem o indicou para cargo de confiança, em 1995.
Em 2016, por meio de uma ação da corregedoria do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), descobriu-se o sumiço de R$ 11 milhões, quantia que deveria estar depositada num conta judicial. O dinheiro havia sido apreendido com réus investigados pela 3ª Vara.
No final do processo, o dinheiro ficaria com a União ou, então, com o réu, caso ele fosse absolvido.
No entanto, o dinheiro sumiu e Jedeão foi demitido como o único responsável pelo caso.
Ocorre que no mês passado, agosto, Jedeão prestou depoimento e disse que o dinheiro ficava dentro do gabinete do juiz e que ele teria sido demitido injustamente.
Azambuja comentou ainda que, no depoimento, Jedeão chegou a dizer que Odilon havia, inclusive, negociado sentença. O caso em questão, a pedido do MPF (Ministério Público Federal), têm sido investigado pela PF. O próprio juiz pediu que as declarações fossem investigadas.
“Ele [Odilon] não está acostumado a prestar contas. Agora, na vida pública, isso é um dever dele. Agora não é mais juiz. Ele deve esclarecer. Como é isso, não deu conta de guardar o dinheiro dentro de se gabinete?”, afirmou Azambuja.
Logo depois de divulgado o depoimento de Jedeão, que não mais mora em MS, o candidato do PDT negou irregularidades em sua gestão como magistrado e atribuiu às declarações como um “fator político”, por ele ter se candidatado, no caso.
Assista à entrevista completa: