Desde que foi preso pela Polícia Federal, na sexta-feira passada (20), o ex-governador André Puccinelli, pré-candidato à reeleição pelo MDB, recebe, em média, 15 visitas por dia onde está encarcerado, no Centro de Triagem Anízio Lima, em Campo Grande, informaram fontes do regime penitenciário.
Preso comum só é visitado uma vez por semana, no domingo. Governador duas vezes (2007-2014), Puccinelli já recebeu visitantes deputados estaduais, federais e até o senador do partido, Waldemir Moka, além de advogados e amigos.
Fontes disseram que até "torcem" para que o ex-governador saia de lá logo diante de "tanto trabalho que dá". Toda visita é registrada no sistema que controla o local e quem quer entrar lá deve ser rigorosamente revistado.
Pela rotina do sistema carcerário do Centro de Triagem, o preso só pode ser visitado no domingo e, em caso de necessidade de receber roupas ou remédios, o parente ou advogado leva lá às terças-feiras. "Teve dia que parecia que aqui tinha audiência política", queixou-se a fonte.
"Entram muitos amigos deles que têm a carteirinha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Não sei onde está escrito que ter OAB pode visitar marido, amigos, irmãos ou correligionários", protestou um funcionário do sistema.
Puccinelli e o filho André Júnior cumprem prisão com outros parceiros de crime, segundo o MPF (Ministério Público Federal), como o ex-deputado federal Edson Giroto, o cunhado dele Flávio Schrocchio, que é empreiteiro, o ex-deputado estadual Beto Mariano e o também empreiteiro João Amorim.
O ex-governador e esse grupo foram presos no âmbito da Lama Asfáltica, a operação da Polícia Federal que desvelou esquema de superfaturamento de obras, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e corrupção de servidores.