Pelo menos por parte da presidência do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), o episódio do vereador Evander Vendramini (PP), que compartilhou informações falsas sobre a vereadora assassinada, Marielle Franco, está superado. Como houve retratação, não haverá ação judicial.
Vendramini, do Partido Progressista, replicou a informação de que Marielle havia sido eleita com o apoio do tráfico de drogas no Rio e ‘que encontrou o que sempre procurou’, por supostamente defender criminosos.
Conforme o presidente da legenda em Mato Grosso do Sul, Lucien Rezende, o caso específico de Vendramini não será mais debatido, embora a avaliação sobre a postagem seja negativa, principalmente partindo de um parlamentar.
‘’Foi lamentável o ato, mas quando a pessoa se redime... Ele ligou para a gente e se retratou nas redes sociais. Inclusive se comprometeu a se retratar na tribuna da Câmara...’’, explicou o dirigente.
‘’Mesmo que você mexa com ação [judicial] é difícil, até porque a pessoa se retratou’’, observa o psolista. Vendramini disse que foi influenciado por outras postagens e retirou a publicação.
Publicação de Vendramini indignou simpatizantes de Marielle Franco. (Foto: Reprodução Facebook)
Um militante expôs sua opinião no Facebook e disse que, apesar da retratação, a presidência da Câmara Municipal de Corumbá deveria abrir um processo por quebra de decoro parlamentar de Vendramini. Ainda sugere requerer na Justiça indenização por danos morais para a família da vítima.
No entanto, esse não foi um caso isolado em Mato Grosso do Sul e Lucien diz que há pelo menos seis declarações de ódio contra a parlamentar executada a tiros no Rio de Janeiro. Neste caso, o partido já encaminhou os dados para o departamento jurídico da legenda em São Paulo, que tomará providências cabíveis, O trabalho, diz o partido, conta com 200 advogados, a maioria deles voluntários.
Ainda conforme Lucien, as mensagens contra Marielle são de ódio e na página do partido no Facebook há um e-mail para enviar denúncias de publicações ofensivas contra a ex-vereadora carioca.
"São ofensas nojentas, que a gente fica preocupado com tanto ódio. Não sei se é por ser mulher, por ser negra...’’, analisa o partidário. Ele completa dizendo que "esse debate não é coisa de esquerda ou direita, e sim de humanos’’.
No dia seguinte a morte de Marielle, 15 de março, o partido em MS publicou uma nota de pesar, afirmando que a luta dela não será em vão. Lucien acrescenta que o partido em MS vai continuar a luta contra a homofobia, a violência e o racismo.