Três dias depois de pedir ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) o registro de sua candidatura ao Senado pelo PTC, a intenção do ex-senador Delcídio já pode sofrer um revés.
É que a coligação “Avançar com Responsabilidade”, do PSDB do candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja, pediu ontem, quinta-feira (20) que a corte eleitoral negue o pedido de Delcídio que, em 2017, teve o mandato cassado.
O TRE-MS, que ainda não examinou o pedido da candidatura de Delcídio, também não analisou a apelação do PSDB.
O argumento do recurso dos tucanos é a de que Delcídio teve o mandato cassado e nenhuma outra decisão desfez a condenação conduzida pelo próprio Senado.
A pretensão política de Delcídio cresceu a partir de julho deste ano, mês que fora inocentado da denúncia a qual tirou da política por período de oito anos.
O ex-senador informou ao TRE-MS que quer entrar na eleição em substituição a um concorrente do PTC que havia renunciado a intenção de disputar uma das duas vagas ao Senado.
O documento foi entregue à corte no dia 17, última segunda-feira, às 18h. “Encaminho (amos), com fundamento no art. 26 da Resolução TSE nº 23.548/2017, o pedido de registro do(a) candidato(a) Delcídio do Amaral Gomez ao cargo de Senador, em substituição a César Augusto Nicolatti, instruindo-o com a documentação e as informações exigidas”, diz o pedido.
A polêmica acerca da cassação do mandato de Delcídio surgiu em novembro de 2015, período que o então senador era do PT e líder do governo de Dilma. Em maio de 2016, o Senado cassou o mandato do ex-petista, agora do PTC.
À época, o ex-senador teve um diálogo grampeado e, na conversa, ele prometera dinheiro e fuga a um ex-diretor da Petrobrás que era investigado pela Lava Jato, operação da Polícia Federal. O episódio fez com Delcídio ficasse preso por 87 dias. Depois disso, ele disse ter contribuído com a investigação por meio da delação premiada. Declarações do ex-senador implicaram os ex-presidentes Lula e Dilma.
Ocorre que em julho deste ano, a primeira instância da Justiça Federal, em Brasília, o inocentou.