O democrata Vinícius Siqueira foi o primeiro político de Mato Grosso do Sul a promover a chamada 'vaquinha online'. Mirando a Assembleia Legislativa em 2019, o parlamentar diz que esse tipo de captação de recursos não livra o candidato de problemas com doadores, mas é o mais adequado por ser mais transparente e não usar o fundo partidário, que é dinheiro público.
A arrecadação de Siqueira começou há dois dias e, até o momento, arrecadou R$ 500,00 de dois doadores. O parlamentar destaca que o montante não importa ainda, e sim a ideia da colaboração de apoiadores.
''É um modelo norte-americano do qual sou favorável. Sou contra o fundo partidário. O ideal é que as pessoas que tem a mesma ideia que eu me ajudem'', destaca Siqueira.
Vaquinha online foi permitida a partir do dia 15 de maio. (Montagem: Wesley Ortiz)
A vaquinha online é uma medida inédita e começou a valer a partir do dia 15 de maio. Assim como determina a legislação, Vinícius contratou empresas para fazer a captação do dinheiro. Ele explicou que o Tribunal Superior Eleitoral fez licitação e selecionou dez sites que podem captar recursos dos eleitores em nome do candidato, mediante prestação de contas.
''Contratei duas: o site Apoia e Doação Legal'', diz Siqueira.
Nas próximas eleições, o pré-candidato não sabe se vai receber parte do fundo eleitoral, já que isso fica a cargo do diretório estadual do DEM.
''Quero ter o suficiente para não usar fundo partidário, seria orgulho não usar'', estima Vinícius.
Dor de cabeça
Meses após ser eleito, em 2016, Siqueira foi questionado por eleitores pois recebeu doação de campanha de R$ 20 mil do empresário Jean Marsala, um dos investigados na Operação Midas da Polícia Federal.
''Durante a campanha, pesquisei o nome dele [Marsala] e não havia histórico de problemas, por isso aceitei'', justifica o vereador. Ele acrescenta que o dinheiro recebido via internet também pode vir de doadores suspeitos e ainda vai pesquisar se um valor recebido de alguém com problemas na Justiça pode ser recusado.
Ainda sobre a arrecadação via internet, Siqueira acrescenta que a medida colabora com a representatividade do parlamentar, pois quem doou vai ''pegar no pé dele por quatro anos''.