O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a revogação da lei 1386 que tratava da Estratégia Nacional de Combate à Legitimação do Lucro Ilícito e Financiamento do Terrorismo no país.
A revogação aconteceu após uma intensa pressão de manifestantes que fecharam diversos locais do país, inclusive a fronteira da Bolívia com o Brasil, em Corumbá, e que tem causado grandes prejuízos econômicos para ambos países.
Entretanto, embora o presidente tenha acatado um dos pedidos dos manifestantes, a fronteira segue fechada nesse domingo (14).
Conforme o jornal local El deber, líderes do movimento devem se reunir para decidir se suspendem as medidas de pressão ao governo.
A lei permitia que o governo pudesse investigar o patrimônio de qualquer cidadão boliviano sem ordem judicial.
No comunicado feito para anunciar a revogação da lei, o presidente discursou em tom de trégua.
“O governo nacional tem que garantir a paz e a tranquilidade, temos a obrigação de cuidar da economia e da democracia. Tudo o que está acontecendo está gerando ansiedade e incerteza”, disse Arce.
Fronteira
Em entrevista para o jornal Diário Corumbaense, o presidente do Comitê Cívico da Província Germán Busch, Marcelo Moreira, ressaltou que a greve deve seguir na fronteira, uma vez que os manifestantes também pedem pela revogação de leis aprovado pelo governo.
“Do que adianta revogar a lei se existem dentro do pacote outras medidas que afetam diretamente as famílias bolivianas. Entre o que reivindicamos, é que haja dois terços dos votos recuperados no que se refere à aprovação de leis, pois o MAS quer aprovar leis sem a oposição. Do que adianta suspendermos o ‘Paro’ e daqui a um mês eles implantam outra lei sobre a mesma proposta que trazia a 1386, e voltaremos a parar o país novamente? A única maneira é garantir esses dois terços no Congresso, onde a oposição terá votos também”, explicou Marcelo.