O pré-candidato à Presidência da República, Sérgio Moro (Podemos), poderá ter seus bens bloqueados, por causa de indícios de sonegação fiscal no período em que ele trabalhou para a consultoria americana Alvarez & Marsal. O pedido de bloqueio de bens de Moro, foi feito pelo subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado.
Conforme o Porta R7, Furtado alegou inconsistência nas informações sobre os contratos firmados por Moro com a Alvarez & Marsal, que foram apresentadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e pediu a íntegra dos documentos dos contratos.
Segundo ele, essa "seria a única forma de comprovar a remuneração pactuada, já que os recibos isolados (além de inconclusivos no caso dos emitidos nos EUA) provam os valores neles registrados, mas não a inexistência de outros, referentes a verbas da mesma ou de outra natureza".
O R7 afirmou ainda, que Furtado também solicitou ao TCU que apure se Moro recebeu um visto americano para trabalho, diante de possível autuação para a exigência de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) por pagamento sem causa, e qual foi a tributação pelo lucro real pela empresa.
A solicitação de Furtado foi enviada nesta sexta-feira (4) ao ministro Bruno Dantas, relator de um inquérito no TCU que analisa se houve conflito de interesses na contratação de Moro pelo escritório, visto que a consultoria atende empreiteiras investigadas e condenadas pela Operação Lava Jato, na qual Moro atuou como juiz.
Moro reclama de "abuso de poder"
Em nota, Moro se posicionou sobre a manifestação de Furtado. "O Procurador do TCU Lucas Furtado, após reconhecer que o TCU não teria competência para fiscalizar a minha relação contratual com uma empresa de consultoria privada e pedir o arquivamento do processo, causa perplexidade ao pedir agora a indisponibilidade de meus bens sob a suposição de que teria havido alguma irregularidade tributária", afirmou.
Segundo o presidenciável, ele já prestou "todos os esclarecimentos necessários e coloquei à disposição da população os documentos relativos a minha contratação, serviços e pagamentos recebidos, inclusive com os tributos recolhidos no Brasil e nos Estados Unidos".
"Minha vida pública e privada é marcada pela luta contra a corrupção e pela integridade, nada tenho a esconder", destacou Moro. Além disso, o ex-juiz acusou o subprocurador de "abuso de poder" e prometeu uma ação contra Furtado.
"Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este Procurador do TCU. Pretendo representá-lo nos órgãos competentes e igualmente promover ação de indenização por danos morais. O cargo de Procurador do TCU não pode ser utilizado para perseguições pessoais contra qualquer indivíduo", ponderou Moro.