O prefeito de Ladário, Carlos Anibal Ruso Pedroso (PSDB), foi cassado pela Câmara Muncipal, na manhã desta segunda-feira (1º). O tucano foi acusado de pagar 'mensalinho' a sete parlamentares. Dos dez vereadores presentes na sessão, nove decidiram por tirar o mandato de Ruso. Todos os envolvidos estão presos em Campo Grande.
Conforme o Diário Corumbaense, os vereadores Fábio Peixoto (PTB) e Jonil Júnior Gomes Barcelos (PMN), não participaram da sessão, pediram afastamento e foram substituídos pelos suplentes, para dar isonomia à votação, já que ambos e o presidente da Casa, Daniel Benzi (MDB), ajudaram o Gaeco e o Ministério Público a colher provas
O relatório da Comissão Processante, que trabalhou por mais de três meses, foi favorável às denúncias de infrações político-administrativas cometidas por Carlos Ruso, feitas pelo MPE. A investigação apontou que o agora ex-prefeito, comandava esquema para ter apoio político dos vereadores, com pagamentos mensais que chegavam até R$ 3 mil a cada um dos acusados.
Comissão processante indicou cassação de Carlos Ruso. (Foto: Reprodução Diário Corumbaense)
O advogado de defesa do prefeito cassado, Elton Nasser, disse que já se tem medida judicial ajuizada e irá ingressar com outras providências.
“No nosso entendimento houve cerceamento de defesa e houve inclusive incorreta adequação da norma ao caso concreto. Diante disso, vamos tomar medidas que o caso requer no sentido de salvaguardar os direitos do Carlos Ruso, na esfera eleitoral...'', destacou o defensor.
A denunciante Marinalva Aranda da Silva, que hoje é servidora pública estadual, acompanhou a sessão e disse que foi funcionária pública por quatro anos em Ladário e que em 2017, tomou a decisão de denunciar ao MPE irregularidades que acabaram culminando na sessão de cassação, que trouxe outras denúncias ligadas a Carlos Ruso.
O atual prefeito, Iranil Soares, continua no cargo como prefeito.
Vereadores envolvidos
Também tramitam na Câmara Municipal de Ladário mais sete processos que investigam infrações cometidas pelos vereadores afastados: Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Caffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN), Osvalmir Nunes da Silva (PSDB) e pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB) única que responde ao processo em prisão domiciliar.
As sessões de que irão votar os relatórios das Comissões Processantes ocorrerão durante esta semana.
O mensalinho pago pelo prefeito cassado Carlos Ruso, conforme o Gaeco e o Ministério Público Estadual, acontecia há mais de um ano.
Indicação de cargos na Secretaria de Educação, pelos vereadores acusados, também fazia parte do "acordo" e quem cuidava da nomeação era o então secretário de Educação, Helder Botelho, também preso. Os parlamentares ainda teriam barrado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que averiguava denúncias de irregularidades na Saúde.
A investigação fez apreensões em dinheiro, gravações telefônicas e de vídeo, com a colaboração dos vereadores Fábio Peixoto, Daniel Benzi e Jonil Júnior.