Os vereadores de Sidrolândia decidiram, nesta terça-feira (23), pela abertura de Comissão processante para investigar a prefeita Vanda Camilo (PP). O requerimento tem como base as apurações da Operação Tromper, coordenada pelo Ministério Público Estadual.
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) prenderam servidores municipais, empresários e o vereador Claudinho Serra por suspeita de irregularidades em licitações e desvio de dinheiro público.
O pedido para abertura da Processante foi realizado pelo vereador Enelvo Felini Junior (PRB). “Ainda continua a gestão nossa com contratos em fraudes, licitações e empresas investigando prestando serviços para o nosso município. Então peço aqui o afastamento da prefeita para que seja trago com clareza essas investigações”
(Vereador Enelvo Felini - Foto: Reprodução/Facebook)
A Comissão Processante vai apurar práticas e infrações político-administrativas, que incluem desvio de recursos públicos e direcionamento de licitações. Camila pode ser afastada do cargo durante as investigações e até perder o mandato.
O vereador Gabardo (PSDB) destaca que os contratos com as empresas investigadas não foram rompidos e votou sim. “Pessoas vieram de fora para fazer esse trabalho sujo em Sidrolândia”, destacou.
(Vereador Carlos Henrique - Foto: Reprodução/Facebook)
Carlos Henrique Olindo criticou o requerimento, que não obteve assinatura de mais parlamentares, mas decidiu acompanhar os colegas. “Voto favorável, embora eu discorde da maneira como foi feito”.
Enelvo não votou por ser o proponente do requerimento, assim como o vereador Frindo, que é presidente da Câmara Municipal e só vota em caso de empate.
Além de Gabardo e Carlos Henrique Olindo, votaram a favor: Professora Juscinei Claro (PP), Itamar de Souza (DEM), Cristina Fiuza (MDB), Claesio Lechner, Adavilton Brandão (MDB), Cledinaldo Cotócio (PP), Joana Michalski (PSB), Gilson Galdino (REDE), Elieu Vaz (PSB), e Cleyton Martins (PSB).
Único voto contrário foi do vereador Gabriel Auto Car.
(Placar final. À esquerda, vereador Gringo, presidente da Câmara Municipal - Foto: Reprodução/Facebook)
Operação Tromper
A Operação Tromper, coordenada pelo Ministério Público Estadual, investiga servidores municipais e empresas que buscavam conferir legitimidade aos processos licitatórios e desviar recursos públicos destinados à execução de contratos.
Segundo o MPE, isso era feito por meio da abertura de empresas ou utilizando registros existentes no CNPJ, sem que elas tivessem experiência, estrutura ou capacidade técnica para realizar os serviços contratados ou fornecer os materiais ao município. Espécies de "empresas fantasmas".
Ao analisar o histórico de processos licitatórios na cidade, os investigadores encontraram montagens grosseiras e até um lava a jato que concorreu para prestar serviço de podas de árvores na cidade. Quebras de sigilo bancário, telefônico e de conversas de aplicativos teriam confirmado o golpe.