Lideranças e nomes conhecidos do PT (Partido dos Trabalhadores) em Mato Grosso do Sul decidiram não entrar no assunto da acusação de estupro que aconteceu em uma festa no diretório do partido no último sábado (27), em Campo Grande.
O nome da vítima e do suposto abusador seguem mantidos em sigilo, para preservação da mulher, que pode acabar identificada.
Em rápido contato com o ex-deputado e governador do Estado, Zeca do PT afirmou que não foi informado sobre o assunto, portanto desconhece a acusação e preferiu não comentar o caso.
Porém, destacou que "se houver denúncia ou indícios do fato deve ser apurado com isenção". O deputado estadual Amarildo Cruz também afirmou que não tomou conhecimento dos fatos publicados pelo TopMídiaNews neste sábado (4).
APOIO
A vereadora Camila Jara publicou uma nota para a imprensa onde afirma que está dando todo apoio jurídico, psicológico e emocional para a vítima. Por questões de segurança, o texto indicou que a atuação está sendo discreta para preservar a mulher, principalmente pelo lado emocional que estaria bastante abalado após o episódio.
"Já é bem conhecido que, em casos de violência contra a mulher, a tendência é que tentem culpabilizar a própria vítima ou minimizar o acontecido. Partidos políticos não são uma bolha isolada da sociedade e esse tipo de comportamento reproduzido dentro do partido deve ser repudiado e encaminhado à justiça", diz trecho da nota.
O também deputado estadual Pedro Kemp não respondeu ao nosso questionamento até a finalização da matéria, mas o espaço segue aberto.
PARTIDO
O Partido dos Trabalhadores decidiu publicar uma nota de esclarecimento sobre o caso ainda neste sábado. Segundo trechos do texto, o partido teve ciência do fato, após um coletivo de mulheres e da juventude ter acompanhado o caso.
Reafirmou que a pedido da vítima, ainda não foi feito um boletim de ocorrências na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), pois aguarda a "decisão da companheira para fazer o comunicado às autoridades competentes".
Ainda em nota, o partido disse que o envolvido no caso não é um afiliado do PT-MS e que "a Direção Estadual irá comunicar ao diretório de origem do mesmo para as devidas providências disciplinares, tendo como sugestão a sua expulsão".
"O respeito à mulher é valor inegociável ao PT, logo, qualquer abuso deve ser objeto de apuração policial e eventual responsabilização judicial", diz trecho da nota de esclarecimento.
Tentativa de estupro
Conforme apurado pelo TopMídiaNews, a vítima e o abusador estavam na sede da sigla, após o Congresso da Juventude do partido. Em dado momento da festa, os dois, que estavam ‘ficando’, foram para uma sala do local. A vítima afirmou que estava embriagada, e não consentiu com os avanços do rapaz, que tentou abusá-la.
A situação só não foi pior por conta da chegada de terceiros. A direção do PT não tomou nenhuma ação até o momento.
A Articulação de Esquerda, uma das alas do partido, se mobiliza para pedir a expulsão do suposto agressor da sigla. Ele seria filiado do partido de São Paulo, mas integraria curso de mestrado em Dourados, Sul de MS.
Nesta sexta-feira, um grupo de mulheres do PT de MS se reuniu para ‘decidir o quer fazer com o caso’, ainda conforme apurado pela reportagem.