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Política

21/06/2023 13:59

Patrola é investigado até por risco ao meio ambiente em 'palácio' no Dahma

Local contém planta inserida na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo

Alvo da Operação ‘Cascalhos de Areia’, o empresário André Luís dos Santos, conhecido como ‘Patrola’, também responde a inquérito por risco à área de preservação permanente inserida em um de seus imóveis, mansão construída no Dahma I, na Rua Alameda Luca, bairro Tiradentes, em Campo Grande.

O caso é conduzido pela 42ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, da Habitação e do Urbanismo. Relatório do projeto Água para o Futuro apontou que a presença de uma espécie de árvore considerada invasora ameaça a diversidade da fauna e flora da região, que inclui a nascente do córrego Lajeado.

A promotora Andréia Cristina Peres da Silva publicou, em 18 de abril, inquérito para garantir que André Patrola faça o isolamento, identificação da app (área de preservação) e manejo das espécies exóticas do entorno “a fim de assegurar a integridade e a conservação dos processos ecológicos”.

O projeto Água para o Futuro é uma iniciativa do MPE (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), que busca, prioritariamente, garantir a segurança hídrica e o abastecimento de água potável por meio da identificação, preservação e recuperação das nascentes.

Em relatório de 17 de agosto de 2022, a equipe técnica do projeto constatou a presença de árvores Leucena (Lexncaena lencocephala) no local, que possui 86% de espécies nativas e 14% de espécies exóticas. A planta está inserida na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo.

Equipe técnica do projeto constatou a presença de árvores Leucena no local

Planta foi encontrada na área de preservação ambiental (Foto: Projeto Água para o Futuro)

Segundo o relatório, a espécie “tem sido reconhecida como invasora agressiva e causadora da perda de biodiversidade, com ameaça destacada às ilhas oceânicas, como Havaí, Galápagos, Fiji, Indonésia, Filipinas e muitas outras”. Além disso, pesquisas apontam que ela atrapalha o nascimento e desenvolvimento de outras plantas.

O potencial de estrago é agravado pela “presença de uma espécie ‘quase ameaçada’ de extinção dentro da vereda, a pindaíba-d’água (Xylopia brasiliensis), logo tal classificação está na Lista Vermelha da flora brasileira (CNCFlora, 2022”. Por outro lado, os riscos de erosão são mínimos e podem ser controlados com práticas conservacionistas simples.

Patrola chegou a entregar um projeto para garantir a regularização da situação. Com cronograma que começa neste ano, para monitoramento e conclusão até 2030, ele propôs cortar todos os exemplares da espécie exótica através de anelamento.

O método consiste em “remover, com o auxílio de um facão ou machado, as camadas mais exteriores da casca, com o objetivo de interromper o fluxo de seiva das raízes para o restante da planta, promovendo a morte do exemplar. Esse método deverá ser aplicado aos exemplares de grande porte”.

A nascente

O Córrego Lajeado é tributário do Rio Anhanduí, que faz confluência com a sub-bacia do rio Pardo, afluente do rio Paraná. O comprimento total do córrego Lajeado é de 40,53km. A área de preservação permanente apresenta composição botânica de 22 espécies, 20 gêneros e 17 famílias.

"Pela Lei temos sempre que respeitar a distância mínima de nascentes e sem desmates fora da legislação", afirmou Nathan Xavier, que atua em controle ambiental.

Cascalhos de Areia

Patrola é investigado na operação ‘Cascalhos de Areia’, deflagrada na última quinta-feira (15). A ação é realizada em conjunto entre o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio operacional do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

A operação investiga rombo milionário na prefeitura de Campo Grande durante administrações anteriores. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, inclusive na Secretaria Municipal de Obras e na empresa ALS Transportes, do empresário conhecido por vencer grande quantidade de licitações em alguns municípios de MS.

Os investigadores apuram a atuação de possível organização criminosa especializada em crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao município, que ultrapassam o valor de R$ 300 milhões.

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