Entrevistado pelo Correiobraziliense, o polêmico ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, desceu a lenha na operação Lava-Jato, aquela que mandou para a cadeia um amontoado de políticos, um deles o ex-presidente Lula.
Magistrado da corte superior do país, ele chamou a operação de “organização criminosa para investigar pessoas” e também afirmou que os integrantes da Lava-Jato (recado a procuradores do MPF) provocaram danos por abuso de poder.
Em trecho da entrevista, Gilmar Mendes citou Mato Grosso do Sul como vítima da operação, a qual classificou ainda de “Estado Paralelo” (política que chefia o local sem fazer parte do governo).
O ministro ficou irritado com o fato de um dos procuradores do MPF, que chefia a operação, Deltan Dallagnol ter pensado em investigá-lo, segundo reportagem publicada pelo Intercept em pareceria com a Folha de S. Paulo
Pela reportagem, Deltan, junto o ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, teria extrapolado nas apurações da Lava-Jato, como priorizado pessoas para investigar, manipulado depoimentos e delações e combinados sentenças.
Ao centrar o foco da investigação acerca do processo contra Lula, condenando-o, a operação, na opinião de Gilmar Mendes, influiu nos resultados das eleições de outubro passado.
Em dado trecho da reportagem do Correiobraziliense, o ministro é assim questionado:
O senhor acredita que esses fatos que ocorreram em Curitiba [onde centrou-se as investigações], que inclusive envolvem um ex-candidato à Presidência [Lula], podem ter interferido nos resultados das eleições?
E, sem detalhar o dito, ele respondeu: “Eu tenho a posição de que as eleições sofreram efeitos. É evidente. Porque o sistema político todo foi afetado por isso. E, se a gente olhar pontualmente, houve ações diretas no Mato Grosso do Sul, em Goiás, em Curitiba. Mas, independentemente disso, toda essa questão, a inelegibilidade, as imputações, as acusações, na verdade, mudaram o cenário político”.