O ex-presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (18) que o PT comete um equívoco ao tentar esconder a figura de Dilma Rousseff na campanha de Lula ao Planalto. Outrora chamado de "traíra" por petistas e acusado de puxar o tapete de Dilma, Temer afirmou não ver razão para o movimento petista.
“Não vou dar palpite no PT, né? Mas acho que não há razão. Ela foi presidente da República, ela tem seus adeptos. Acho que ela pode colaborar com a campanha. Vou dar um palpite aqui com muito cuidado, mas acho um equívoco ignorarem, porque ela tem uma presença. É uma presença nacional que pode ser utilizada, não tenho dúvidas disso”, disse Temer, em entrevista à jornalista Kelly Matos.
A divulgação do posicionamento também foi feito pelo colunista Igor Gadelha do Metrópoles.
O afastamento de Dilma da campanha petista começou a ser discutido após a ausência da ex-presidente no jantar que um grupo de advogados organizou para Lula encontrar Geraldo Alckmin, em dezembro.
Dias depois, o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, declarou à coluna que Dilma não foi ao evento porque ela não tem mais relevância eleitoral para o partido.
A afirmação estourou uma crise no PT que culminou no encontro de Lula e Dilma na semana passada. Durante a reunião, a ex-presidente questionou Lula sobre a aliança com o Alckmin. Ela sinalizou que não aprova a parceria.
Segundo Gadelha, assim como a ala mais à esquerda no PT, Dilma se mostra reticente em firmar acordos políticos com os “golpistas” que conduziram o processo de impeachment contra ela em 2016. Michel Temer, que assumiu a Presidência após o afastamento de Dilma, foi um dos políticos procurados para conversar com Lula sobre a eleição deste ano.