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Política

há 6 anos

Novas regras para deputado favorecem chapinhas e prejudicam chapão tucano

A conta mudou e deve prejudicar políticos de carreira em Mato Grosso do Sul

As mudanças na regra eleitoral vão ajudar MDB, PT e a chapinha que tem como principal candidato o deputado federal Elizeu Dionízio (PSB). Por outro lado, a chapona de Reinaldo Azambuja (PSDB), com lideranças consideradas favoritas antes das coligações, deve amargar prejuízo grande.

A mudança na legislação eleitoral não obriga as coligações a fazerem o quociente eleitoral (soma de votos, dividido pelo número de vagas para deputado federal). Com isso, partidos e coligações que não conseguirem votos pelo quociente poderão ficar com as vagas da sobra, o que não acontecia antigamente, quando precisava conseguir, no mínimo, a média de votos.

Na última eleição para o Governo do Estado, os votos válidos chegaram a 1,276 milhão, o que gerou a necessidade da coligação conseguir 159.612 votos para eleger um deputado.  Hoje, não há mais necessidade de chegar a este número.

Nesta nova regra, as primeiras cadeiras serão distribuídas para quem conseguir este quociente, que na eleição passada foi de 159.612. Assim, uma coligação que consegue 320 mil votos, por exemplo, garantiria dois deputados.

Terminada essa distribuição com a vaga do quociente, que garante uma das cadeiras, faz-se a conta das sobras. Antigamente, só quem conseguia este quociente (na eleição passada, de 159.612) conseguiria a vaga. Nesta eleição tudo mudou e mesmo se não conseguir este número, uma coligação entra nesta briga pela sobra.

Perdas e ganhos

Esta mudança pode salvar a vida de partidos grandes como MDB e PT, que já tiveram coligações fortes e hoje sofreriam para conseguir quociente. Com esta mudança, dificilmente não garantirão uma vaga. O mesmo acontece com a chapa liderada pelo deputado federal Elizeu Dionizio, que pode ganhar uma das vagas pela chapinha montada com vários partidos pequenos.

De outro lado, a chapona montada pelo PSDB deve fazer com que pelo menos dois figurões fiquem a ver navios. A chapa tem Rose Modesto (PSDB), Beto Pereira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Fábio Trad (PSD), Alcides Bernal (PP) e Tereza Cristina (DEM). Ela deve ser uma das mais votadas, todavia, ainda que os votos sejam excepcionais, dificilmente conquistará mais do que quatro vagas. Desta maneira, pelo menos dois destes devem ficar sem mandato.

Esta dificuldade pode ser vista se analisarmos o quadro da eleição passada. A coligação do PMDB, a mais forte, conseguiu 494.349 votos, 38,71% do total, e só conseguiu eleger três deputados. Diante deste cenário, com um número grande de abstenções, que é esperado, dificilmente esta chapona deve eleger mais do que quatro deputados, o que tem feito muitos candidatos colocarem as barbas de molho.

Outra mudança importante é o número mínimo de votos. Com a nova regra, só pode ser eleito quem fizer no mínimo 10% do quociente eleitoral, evitando que pessoas com votação inexpressiva sejam puxadas por candidatos bem votados.

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