Novo subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos da Prefeitura de Campo Grande, o ex-vereador Coringa teria recebido uma ‘ajudinha’ de Marquinhos Trad (PSD) para cassar o ex-prefeito Alcides Bernal, em 2014. A revelação parte das gravações da operação Coffee Break, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2015.
Conforme os documentos policiais, no dia 20 de dezembro de 2013, véspera do julgamento que poderia levar à cassação então prefeito, Marquinhos teria sido acionado para ‘conquistar’ o voto de Coringa; hoje ambos são do mesmo partido.
Em uma das ligações, o então vereador Flávio César pediu que o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), irmão do atual prefeito da Capital, acionasse o irmão Marquinhos para “garantir” votos anti-Bernal.
“Fala pro Marquinhos ligar pro Coringa só pra não ter surpresa. Ele disse q tá firme conosco, mas é muito vulnerável”, pede o vereador Flávio Cesar, conforme interceptações telefônicas.
Às 13h15 do mesmo dia, Nelsinho confirma ter conversado com o irmão sobre como captar votos contra Bernal. “Marcos Trad vai falar com ele e garante”, escreveu em aplicativo de celular. No fim, Bernal acabou cassado apenas três meses depois, com voto favorável de Coringa.
Hoje, Coringa, que foi derrotado nas eleições municipais, acabou nomeado por Marquinhos Trad em cargo de segundo escalão na Prefeitura de Campo Grande.
O cargo
Coringa foi designado é classificada com símbolo AGP-2, com vencimento de R$ 5,7 mil e gratificação de 100%, com isso o seu salário sobe para aproximadamente R$ 11,5 mil.
O prefeito Marquinhos Trad evitou nomear aliados e apoiadores da campanha em cargos de primeiro e segundo escalão. Coringa é o segundo representante do PSD a ser nomeado. O presidente estadual do PSD, Antônio Lacerda, ocupa o cargo de secretário municipal de Governo.