Na audiência promovida desde a manhã desta terça-feira (7), em Brasília, pela Comissão de Educação no Senado, com a participação do ministro Abrahan Weintraub (Educação), o senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) protestou contra o projeto do governo de Jair Bolsonaro (PSL) que prevê a regulamentação do ensino domiciliar.
Nelsinho disse ter ido domingo passado, à noite, em Campo Grande, na igreja e lá viu uma cena que disse ter ficado “impressionado”. Depois, ele revelou que a filha de cinco anos que o acompanhava fez uma “festa” ao se encontrar com uma coleguinha da mesma idade, também na missa.
O senador afirmou ainda que o alegre encontro das crianças jamais poderia ser possível se adotado o ensino domiciliar no país. Ele deixou claro ser contrário à proposta que, para virar lei, deve, ainda, ser examinada e aprovada pela Câmara Federal e o Senado.
O projeto em questão dá aos pais a missão de educar e ensinar os filhos, em casa. Isto é, os pais ou, então, os tutores devem ser os responsáveis pela aprendizagem das crianças. Há a possibilidade de os pais contratarem professores particulares.
Reportagem publicada aqui no TopMídiaNews revela que a maioria da bancada de MS [8 deputados federais e 3 senadores] reprova a ideia do governo atual.
INVESTIMENTOS
Nelsinho Trad recordou também que no período que foi prefeito de Campo Grande [2005-2012] recebeu o aval do governo para a construção de 19 Ceinfs (Centros de Educação Infantis), mas não conseguiu concluir todas as obras.
“Onze ficaram prontas, oito ficou para o antecessor, que não deu importância às obras”, afirmou o senador.
Nelsinho pediu ao ministro que a atual gestão crie “mecanismos para que os Ceinfs sejam concluídos”.
AUDIÊNCIA
O ministro Weintraub foi à audiência contar sobre as principais propostas de sua gestão. Ele disse que a prioridade, agora, será a educação básica. Logo no início da reunião, o ministro foi questionado sobre os recentes cortes de recursos que deveriam ser destinados às universidades.
Weintraub, embora contestado por senadores, afirmou que não haverá corte no orçamento e, sim, o que chamou de ‘contingenciamento’.
O ministro afirmou também que, se aprovado o projeto da reforma da Previdência, os recursos voltam a ser liberados.
COMIDA
A audiência com o ministro começou por volta das 11h (horário de Brasília) e a conversa durou até às 15h46 minutos. Por ser diabético, Weintraub levou comida e isso chamou a atenção dos senadores que o questionavam. É que onde estavam não é autorizado levar alimentos. O senador, então, ofereceu o que comia aos senadores, mas ninguém levantou-se para pegar.