O Palácio do Planalto está preocupado com a postura independente do presidente da Comissão de Constituição e Justição (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Ele disse ao GLOBO que não vai sofrer interferência do governo para escolher o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na CCJ, o Planalto gostaria de um relator do próprio PMDB. Um nome de confiança é o do deputado Jones Martins (PMDB-RS), que entrou como suplente no lugar do atual ministro Osmar Terra. O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) já disse que não quer.
Como senhor vai atuar na condução da CCJ neste caso do presidente?
Vamos atuar com independência, com critério técnico e seguindo o regimento. Um relator que tenha independência para tratar do assunto e conhecimento jurídico. Não haverá interferência do governo. Esse é um fato.
Integrantes da cúpula do PMDB defendem que seja um nome do partido.
Poder ser do PMDB, mas pode não ser. O PMDB tem quadros na Comissão de Constituição e Justiça que preenchem esses requisitos. Não vou nominar precocemente. Agora vou ter a denúncia e devo escolher o relator ainda nesta semana.
Se houver mais de uma denúncia, poderá haver uma junção com a primeira?
Em princípio, terão que ser discussões separadas para cada uma, se houver mais de uma denúncia. Mas pode, sim, ser um único relator. Vai depender do teor das denúncias, se há conexão entre os fatos.
O senhor está se sentindo pressionado por ser do PMDB?
Não estou me sentindo pressionado e não fui procurado por parte do governo.