A quantidade de multas emitidas por radares móveis, fixos e lombadas eletrônicas em Mato Grosso do Sul tem despertado a atenção dos parlamentares que compõem a Assembleia Legislativa. O deputado estadual Gerson Claro (PP), que já foi diretor-presidente do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), defende que antes de instalar o aparelho é preciso fazer um estudo sobre os acidentes no local.
O parlamentar ainda lembrou "que o alto número de mortes, que chega aproximadamente a 50 mil pessoas por ano, é assustador". E que os radares instalados podem ajudar na redução de mortes, porém, ressalta que é necessário ter um estudo sobre o ponto em que foi instalado o aparelho.
Mas em recente declaração afirmou que "se os radares móveis são colocados só para arrecadar, serão rechaçados". Ao ser questionado se poderia existir uma indústria da multa no Estado, o parlamentar preferiu não comentar. "Não posso afirmar isso tecnicamente", se limitou a dizer.
No entanto, na tentativa de evitar o número de acidentes que se tornaram uma epidemia no Estado, Gerson afirmou que vai 'trabalhar o tema dentro da competência da ALMS'. Quanto aos drones utilizados pela Polícia Militar de Trânsito, na fiscalização de condutores infratores, o deputado explicou que: "drones ou qualquer equipamento eletrônico devem ser precedidos de estudo técnico de engenharia de tráfego. Que seja a melhor solução para educação e evitar acidentes, mas não pode haver pegadinhas".
Dados do Estado
Em Mato Grosso do Sul, o Detran aponta uma frota de 1,4 milhão de veículos para uma população de 2,6 milhões de habitantes (IBGE2015), o que representa quase um veículo para cada dois habitantes.
Segundo informações do Governo do Estado, o último número oficial divulgado por meio do Observatório Nacional de Segurança Viária revela que, em 2014, foram registradas 43 mil mortes no trânsito e em 2015 a estatística se aproxima dos 50 mil. Ou seja, em média, uma pessoa morre vítima de acidente de trânsito por dia. Hoje, 90% dos acidentes tem como fator preponderante as falhas humanas.
A pesquisa do CNT de Rodovias 2016 – realizada em parceria com Sest/Senat – aponta que 87,2% das rodovias estaduais e federais que cortam MS são consideradas ótimas, boas ou regulares. Por tanto, é o condutor quem decide se escolhe andar na velocidade permitida, até 190km/hora, assumindo os riscos.