A auditoria realizada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e divulgada pelo Top Mídia News há cerca de um mês também apontou irregularidades na MS-171, obra que motivou as novas prisões preventivas decretadas na noite de ontem (14).
Conforme a investigação, a Proteco Construções Ltda foi contratada para realizar cerca de 95 m³ de cascalhamento na rodovia, porém menos de 22 m³ foram realizados. Em outro trecho, a empresa deveria realizar 90 quilômetros de cascalhamento, mas só executou 63 deles. Neste caso, a medição foi de R$ 4,5 milhões, mas a empresa só deveria receber R$ 1,8 milhões, logo, o prejuízo chega a R$ 2,6 milhões.
As irregularidades apontadas no relatório motivaram força-tarefa realizada pelo MPE (Ministério Público Estadual), que resultou na prisão preventiva do ex-secretário de obras, Edson Giroto, do empresário João Alberto Krampe Amorim e sua sócia, Elza Cristina Araújo, da ex-diretora da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Maria Wilma Casanova e dos engenheiros Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi, Wilson Cabral Tavares e Wilson Roberto Mariano de Oliveira.
Durante a semana, eles prestaram depoimentos para explicar as obras da recuperação da MS-228, em que as empreiteiras Provias e Proteco foram contratadas durante a administração do ex-governador André Puccinelli (PMDB) para executar uma obra de R$ 4,9 milhões, mas só investiram cerca de R$ 2 milhões.
O desvio de R$ 2,9 milhões deveria ser usado na recuperação da faixa de rolamento da rodovia, com aplicação de revestimento primário e implantação de dispositivos de drenagens, numa extensão de 42 quilômetros, entre a MS-427 e o vazamento do Castelo, em Corumbá.
Neste período, Giroto e Maria Wilma conseguiram deixar a prisão pelo intervalo de um dia, mas acabaram voltando para as celas. Ontem (13), eles conseguiram o deferimento de outro pedido de Habeas Corpus, porém o juiz Carlos Alberto Garcete decretou nova prisão temporária para mais explicações sobre outras obras com suspeitas de irregularidades.
Neste novo processo, também devem ser presos os funcionários da Agesul João Afif Jorge e Donizete Rodrigues da Silveira, engenheiros em Campo Grande e Jardim, respectivamente. Apenas o engenheiro Átila Garcia Gomes não teve o pedido de prisão renovado e deve ser liberado a partir das 0h.
Mais Obras
Conforme a auditoria, o rombo total seria de R$11,8 milhões, considerando serviços que não foram realizados também em outras obras. Para a reestruturação do leito estradal da MS-184, realizado pela Provias Engenharia Ltda., a diferença seria de R$ 6,2 milhões.
Em outro suposto desvio, o Governo pagou R$ 7,8 milhões pela obra, mas uma segunda avaliação técnica prevê que a empresa teria efetivamente investido apenas R$ 1,5 milhão na melhoria do trecho da MS-180, que tem 50 quilômetros e liga a BR-162 à MS-228.