A coluna de Diogo Schelp, da Uol Notícias, divulgou, nesta segunda-feira (29), que o ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli da Silva não obteve o título de pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha, ao contrário do que consta em seu currículo Lattes.
Conforme a Uol, a informação sobre a falta do título foi dada pela assessoria de imprensa da própria universidade a pedido da coluna.
"Carlos Decotelli veio para a cadeira da profa. Dra Brigitte Wolf para uma pesquisa de três meses em 2 de janeiro de 2016. Até 2017 ela era professora de teoria do design, com foco em metodologia, planejamento e estratégia na Universidade de Wuppertal e agora é emérita. Ele não adquiriu nenhum título em nossa universidade. A Universidade de Wuppertal não pode fazer nenhuma declaração sobre títulos obtidos no Brasil".
Além da negativa referente à titulação, há também divergência de datas. Em seu currículo acadêmico, Decotelli informa que o título de pós-doutorado em Wuppertal foi obtido entre 2015 e 2017, mas a universidade informa que ele só passou três meses na instituição, no início de 2016. Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa do Ministério da Educação informou que está preparando uma nota com o posicionamento oficial a respeito da questão.
Ainda conforme a coluna, esse é terceiro questionamento grave a respeito das credenciais acadêmicas do ministro Carlos Decotteli da Silva. Depois que o presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter um resumo do currículo do seu novo ministro, informando que ele tem doutorado pela Universidade de Rosário, na Argentina, e pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, o reitor da instituição argentina, Franco Bartolacci, negou que ele tivesse obtido o título de doutor.
Bartolacci disse que a tese de doutoramento de Decotelli foi reprovada. Em seguida, começaram a surgir indícios fortes de plágio na dissertação de mestrado do agora ministro.
Mentir no currículo Lattes, uma plataforma oficial online mantida pelo CNPq, órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia, é considerado uma falta grave no meio acadêmico. Apesar de não ser tipificável como crime de falsidade ideológica, pode render demissão de instituições de ensino.