A senadora Soraya Thronicke (Podemos) fez um post sugerindo que vai encerrar sua conta no ''X'', antigo Twitter. Ela se referiu à polêmica da ''briga'' entre o empresário Elon Musk, dono da rede, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A parlamentar fez – o que seria o derradeiro post – às 23h50 desta segunda-feira (8), conforme descrição da rede social. Apesar de confusa, a mensagem é contundente.
''Agora é sério… vou me despedir, encontro vocês amanhã no Facebook, Instagram, TikTok, no LinkedIn, no Orkut… na esquina, no trabalho, no mercado, na feira, na praça, no aeroporto, na rodoviária... '', escreveu Soraya.
No entanto, na tarde desta terça-feira, 5 horas após o ''adeus'', o perfil continuava no ar com as diversas postagens dela, grande parte defendendo a regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil.
A rede social, antes e depois da venda a Elon Musk, não promoveu censura contra opiniões quaisquer, a não ser por ordens de Alexandre de Moraes. Não consta nenhuma decisão judicial contra as palavras de Soraya Thronicke. A rede tem aceitado críticas diversas, inclusive ao próprio dono, com postagens duras e até hashtags com ofensas a ele.
Alexandre de Moraes é acusado de excessos em inquéritos (Foto: Ricardo Stuckert)
Entenda o caso
A polêmica começou na noite sexta-feira (5), quando Elon Musk, um dos homens mais ricos do planeta, questionou sobre o porquê do ministro do STF, Alexandre de Moraes, promover tanta "censura" nas plataformas de comunicação.
O empresário insinuou que não veria problema em ter a rede social fechada no País, já que os princípios estariam à frente do lucro. Ele também ameaçou liberar os perfis bloqueados por ordem do STF contra jornalistas e pessoas comuns, a maioria durante as eleições de 2022.
Um dos trechos da "denúncia" do dono do X é que a empresa era obrigada a suspender rapidamente perfis e não podia informar o usuário que era por ordem da Justiça e sim por violação dos termos de uso da plataforma. O bilionário reclamou de ameaça de prisão dos funcionários do antigo Twitter no Brasil.
O caso repercutiu no meio político e da Justiça brasileira. Em resposta, Moraes inseriu Musk, mesmo este não morando no Brasil e não tendo foro privilegiado, no Inquérito das milícias digitais. Também estipulou multa de R$ 100 mil por dia por cada perfil liberado por Musk sem autorização da Justiça. Vale destacar que empresas que atuam no Brasil precisam se submeter às leis locais.