O deputado federal Carlos Marun, do PMDB, deve começar a colher assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o acordo de delação premiada oferecido pela Justiça aos sócios do Grupo JBS. As denúncias dos irmãos Wesley e Joesley Batista impactaram diretamente o governo e o presidente da República, Michel Temer, do PMDB.
Em entrevista, o parlamentar afirmou que deve usar como base do pedido de abertura da CPI, matérias do jornal O Globo e da Folha de São Paulo. "Esse acordo de delação tem uma benevolência inédita na história da vida jurídica brasileira", disparou.
Marun ainda afirmou que já 'ha filas' de parlamentares para assinar o requerimento de abertura. "Não vão faltar assinaturas e já tem gente na fila". O deputado ainda citou que pode contar com o apoio de comissões da Casa de Leis nesse processo.
"As comissões de fiscalização, controle, finanças e tributação. Serão apresentados requerimentos e, possivelmente, deve acontecer uma sessão conjunta para que sejam ouvidos o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Bolsa [de Valores] para que possamos avaliar melhor quem ganhou dinheiro. A primeira coisa é quem ganhou e quem perdeu com essa confusão", explicou.
Para ter apoio a esse processo de CPI, Marun disse que deve contatar os partidos políticos. "A partir de amanhã, começamos a coletar assinaturas para a propositura desta CPI. Estamos contatando os partidos. Talvez, [esse processo] possa ser uma comissão mista. Os contatos vão ser com esse pleito. Queremos ter as assinaturas da oposição".
O deputado ainda comentou o pedido de impeachment de Temer: "anulação não vai acontecer nesse momento porque entendemos que devemos antes investigarmos. A investigação a nível de congresso acontece através de comissão parlamentar específica".
Os empresários Wesley e Joesley Batista fizeram a delação e, no acordo, a Justiça Brasileira permitiu que fosse com a família para Nova York, nos Estados Unidos.
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