Em nota, o ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), declarou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai mantê-lo no cargo de conselheiro da Itaipu, que garante salário de R$ 27 mil para participar de duas reuniões mensais e convocações extraordinárias eventualmente.
“Acabo de receber uma ligação do Ministro Ônix [Lorenzoni, chefe da Casa Civil] me informando que despachou com o Pres Bolsonaro e que ele decidiu não rever o ato do Pres Temer que me nomeou para o Conselho de Itaipú. Estarei portanto exercendo esta função com o mesmo empenho que dediquei a todas as funções que exerci”, diz o texto distribuído por sua assessoria.
A Itaipu, usina que fornece energia para o Brasil e o Paraguai, possui um Conselho de Administração composto por doze conselheiros, seis deles brasileiros e seis paraguaios, e dois representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, um de cada país. O Conselho de Administração reúne-se a cada dois meses ou em convocação extraordinária.
A empresa emprega em torno de 3 mil funcionários. Dois diretores comandam a usina – Marcos Vitório (brasileiro) e José Alberto Alderete Rodriguez (paraguaio), cujos salários de cada um beiram a casa dos R$ 70 mil. Marun, se a promessa se concretizar, tem garantido emprego até 2020.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão pediu a ‘cabeça’ do ex-ministro. Na avaliação do vice, a escolha foi um “prêmio” antiético. "Pode não ser ilegal, mas não foi ética. Todo mundo sabe que o ex-presidente fez isso como prêmio. Depende (a anulação do ato ou não) do presidente, amanhã na reunião ministerial pode ser um tema, Onyx ficou de levar o que precisa ser feito", disse em entrevista à colunista Andréia Sadi, do G1.